20050927

Sobre o medo

Ah, como é difícil lidar com o medo, esse animal que está sempre perto de nós, como um cachorro raivoso pronto para nos atacar. Todos nós sabemos que a mágoa, o ressentimento, a ira, o ódio, vira fúria, e, a partir daí tudo se torna incontrolável. A angústia, o medo, o temor, vira pânico, a pior das situações. E quando isso nos acontece não sabemos se iremos, por motivo físico ou psicológico, nos matar ou morrer.
Quem passa por isso, vive dias cheios de ansiedade, de angústia, de insano pânico, de depressão profunda, sem vontade para nada, sem alegria de viver, querendo somente o abrigo de um profundo poço onde possa refugiar o seu corpo e, nesse útero fraterno, poder ele hibernar. Isso parece coisa de urso, de doido, de maluco, bem sei, mas como dizer isso para uma pessoa que está sentindo exatamente isso justamente quando o inverno está para chegar!?...
A propósito disto recebi recentemente um e-mail sobre esse assunto, cujo título é: Como lidar com o medo. Para aqueles que acreditam em esoterismo e também para aqueles que não acreditam, esse texto é uma grande mensagem. Ele foi enviado por Shon Thor, de Órion, e nos revela as origens do medo e de como podemos fazer para enfrentá-lo.
Segundo ele, temos muitos medos: o da perda, o do desconhecido, o das perturbações e até mesmo o das guerras e revoluções sociais, medo do fracasso, da rejeição, da incompreensão, de perder o emprego, de ficar sem dinheiro, da escassez material, da falta de carinho do conjuge, da falta de amor. São tantos medos dentro deste nosso baú, que se o abrirmos, para fora, quantas tristezas, quantas sujeiras, quanta poeira só surgirão!
Amigos, isso é nós, cada um de nós, com seu bau, com o seu fardo a carregar. No baú dos mortos é costume antigo carregar os ossos de nossos ancestrais, mas no nosso próprio baú do dia-a-dia carregamos de tudo: ódios, frustrações, mesquinharias, desilusões...
Como dizem por aí, o que é mais podre, mais leve, flutua, como estrume, no alagado dos pântanos ou mais comumente nos condutos dos esgotos. Jás as nossas riquezas são pesadas, são riquezas interiores, são pepitas de ouro que estão enterradas no precioso solo do nosso coração. Urge, é urgente, urgentíssimo, resgatá-las e, para que isso aconteça e preciso que passemos a garimpá-las, periodicamente, mesmo que, inicialmente, apenas como simples migalhas, dessa nossa rica mina interior. Esse é o nosso grande destino. Essa é a nossa salvação.
Agora, o grande medo, o maior medo, aquele que assuta a todos, é o medo da morte. Podemos, por exemplo, ter medo em ser assaltados, mas no fundo, no assalto, o que sentimos mesmo, é o medo da morte. O ser humano, quando nasce, tem apenas uma única certeza absoluta: que um dia, seja ele qual for, irá morrer! E isso nos cria uma ansiedade tão grande, um medo sem limites, da espera da chegada desse momento final (é, como dizem por aí, viver no fio da navalha).
Portanto, temos que encarar a morte como um fato natural, pois quem nasce fatalmente também irá morrer, e assim como nasci sozinho e sou o fruto do amor de meus pais, um dia, quando eles já não estiverem mais aqui presentes para me amparar em minha vida, também irei morrer, sem medo!
A grande verdade é que somente quando aceitarmos a morte como sendo a outra face da vida é que poderemos viver sem medo, pois, conforme foi exposto, com ou sem esoterismos, o que nos pode acontecer no final de nossos dias, única e simplesmente, com ou sem sofrimento, é a nossa própria morte, ou seja, o fim de nossos passos de nossa caminhada atual e não um ponto final!

Sobre a doação de sangue

Eu já passei diversas vezes por essa picada! Sabe o que acontece quando você doa sangue? Ele não afina e nem engrossa. Ele não aumenta e nem diminui. Doando sangue você vai ajudar a salvar a vida de muitas pessoas. De fato, doando sangue com regularidade podemos contribuir de forma especial e positiva para a nossa comunidade, não só ajudando os pacientes que necessitam de transfusões, mas também sabendo que o nosso sangue estará sendo coletado e processado dentro de rigorosos padrões técnicos e de qualidade, será separado em componentes e examinado em modernos laboratórios. De quebra o doador receberá um cartão, com os resultados principais e detalhados do sangue coletado e, inclusive, com o relato da ocorência de possíveis alterações que mereçam o seu encaminhamento para acompanhamento médico. Passado por esse processo o nosso sangue será distribuido aos hospitais, proporcionando segurança e tranqüilidade à população que dele necessitar. Pense nisso e aproveite para fazer parte desse seleto grupo de pessoas conscientes que veêm na doação de sangue a garantia da qualidade de vida, não só para sí, mas também para os demais indivíduos de nossa sociedade.
Entretanto, para ser doador existem algumas restrições. Entre elas: idade (entre 18 a 60 anos); peso (mínimo de 50 kg); alimentação (ter sido adequada antes da doação, respeitando o tempo de sua digestão); estado físico (se estiver grávida ou em período pós parto até 6 meses, ou em amamentação); estado de saúde (não for portador de doença já instalada: diabete, hipertensão, etc...); sexo (homem, até 4 doações ao ano, respeitado o intervalo mínimo de 60 dias após a última doação; e mulher, até 3 doações, idem); ter bom senso (não fumar 2 horas antes e depois; nem ingerir bebida alcóolica na véspera; estar descansado no dia da doação).
Também não pode doar a pessoa que estiver com gripe, febre, ou infecção; for portador de sífilis, malária ou doença de chagas; for alcoolista crônico; possuir comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis [heterossexuais com multiplo(a)s parceiro(a)s; homossexuais; bissexuais; usuários de drogas injetáveis...]; ou já tiver histórico de hepatite.
Sempre é bom saber que a doação não acarreta risco nenhum à nossa saúde e mesmo quem nunca doou não precisa se preocupar, pois antes de toda doação, seja ela espontânea ou não, obrigatoriamente o doador terá que passar por uma minuciosa triagem clínica.
Doar sangue é um exercício de amor e também não dói! Comprove...

Sobre paráfrases e pára-choques

A forma mais simples de perpetuar um pensamento é expressá-lo em uma frase curta, clara, concisa e objetiva, e depois passá-lo para frente da melhor forma possível. Obviamente essa mensagem deve sintetizar a essência daquilo que queira ser dito. O grande filão da arte que expressa anonimamente o pensamento popular são as frases escritas nos pára-choques dos caminhões. Essas frases não só nos divertem como também, muitas vezes, nos levam às mais diversas e profundas reflexões filosóficas.
Comumente no trânsito quase sempre deparamos com uma, principalmente quando o veículo que estiver à nossa frente for um caminhão. Há também quem as anote e depois as reúna em publicações escritas ou digitalizadas, e as divulgue por aí, em revistas, livretos e os diversos canais de comunicações cibernéticos e virtuais da NET.
Para exemplificar o que estou dizendo, vou contar aqui uma piada: Um caminhoneiro teimoso havia escrito no pára-choque do seu caminhão: "Não carrego mulher da vida, nem policial.' Ao passar pelo posto rodoviário, o patrulheiro mal humorado leu a frase, parou o caminhão, e disse: "Nesta você passa, mas na próxima eu quero ver isso daí apagado, senão o seu caminhão vai ser retido." Na semana seguinte o caminhoneiro passou novamente pelo posto desse mesmo guarda que, diligentemente, foi conferir a ordem dada. No pára-choque do caminhão agora estava escrito: "Apaguei, mas não carrego!".
Não por acaso, um amigo meu que é motorista profissional me deu um livreto chamado Revista das Estradas, recheado dessas frases. Selecionei abaixo as que considerei mais interessantes. Ei-las: "Não me acompanhe que não sou novela; Casamento é uma soma de afetos, uma subtração de liberdades; uma multiplicação de problemas e uma divisão de bens; Não dirijo dormindo para não deixar chorando quem me espera sorrindo; Não sou dono do mundo, mas sou filho do dono; Mãe, tenha distância; Dinheiro não traz felicidade, mas acalma os nervos; Mais vale um cachorro amigo do que um amigo cachorro; Baixinho só anda em trajes menores; Amigo do sol e amante da lua; Saiba ir para poder voltar; Ser esquerda é fácil, o duro é ser direita; Voando sem asa com saudade de casa; Motorista irritado, perigo dobrado; A calúnia é como carvão, quando não queima suja; Da traição nem Cristo se livrou; Se Deus é teu pai, eis aqui o teu irmão; Muitos me seguem, mas só um me acompanha; Quatro pneus cheios e um coração vazio; Não julgue o livro pela capa, nem a mulher pelo sorriso; O casamento é eterno, mas a paciência não; Pensando naquilo!".
Pensando nisso, ou naquilo, é melhor parar por aqui, pois, como há milênios já disse o grande orador Cícero: "Paciência têm limites, Catilina...".

Almas Gêmeas

Sônia, meu bem,
Que outrora me quis
E que agora me tem!

Também vos digo se somos ou não
Almas gêmeas no exercício de amar,
Ou mesmo elas, no exemplo do amor;

Ou se estamos apenas
Alimentando essa fornalha
De querer se ter um ao outro!

Sônia, meu bem, vos digo também
O que os anjos alados, em meu socorro,
Vieram me dizer ao pé-do-ouvido:

"Amigo, não se questione: nada ocorreu de melhor
Que vocês dois terem tido, no Dia dos Namorados,
Os vossos corações varados, pela seta do cupido!

Fopram flexados no coração, continuam juntos,
E se ainda estão, um ao outro presos, unidos,
Por 18 anos seguidos, nos 18 anos passados...

...Foi porque..."

Sônia, meu bem, antes de terminar,
Admita sem vacilar que os anjos existem
E que eles estão a nos rodear;

E se assim for, se assim você acreditar,
Pergunte ao anjo que está perto de mim,
Pergunte a Vehuliah, o primeiro Serafim

Ou mesmo à qualquer outro anjo,
Àquele que mais lhe agradar,
Que a sua resposta ele...

...Não negará!

20050926

Beleza

Beleza se põe na mesa, ou não?
Vejamos então: são belas e perfumadas as rosas, não são!
Mas iguais, ou até mesmo mais admiradas as orquídeas não serão?
Também há quem diga que igual negra tulipa outra flor cultivarão.
Há quem aprecie as rosas,
como também quem almeje as orquídeas primorosas
ou as tulipas preciosas.
Já eu aprecio a beleza de tudo que nos cerca, seja ela qual for.
Contemplar coisa mais linda que a flor de São João
a vestir e enfeitar a agreste cerca não há,
é coisa até mesmo de se "fotografá".
Há tanta beleza a nos cercar que até mesmo chegamos a ignorá-la.
Pelo conceito que temos da beleza - o conceito da comparação! -
menosprezamos a beleza da flor de são João
para admirarmos encantados a rara tulipa
que jamais poderemos ter, tocar,
ou mesmo sentir o seu doce perfume.
O nosso conceito de beleza - o cenceito exterior! -
é efêmero como o desabrochar das flores,
que tem somente uma e única formosura.
Eu, como admiro qualquer flor,
vejo em toda beleza
a sua beleza interior!
E você, caro leitor,
Diga agora, sem temor:
Beleza se põe na mesa?

Sobre "aquele" muro

Muro não preciso definir, todos sabem o que é! Mas seu tamanho, consistência e utilidade varia muito. O que está atrás do muro os de fora desconhecem, está escondido e protegido, pelo alarme e pelo au-au! Muitos ficam "em cima do muro", mas é perigoso. Outros desprezam o muro e preferem mesmo "pular a cerca".
Há também a frente, a fachada, a "cara do muro", objeto preferido de pichadores e afins, pois hoje em dia é fatal: construído, revestido e pintado o muro, ele fica bonito, fica muito legal.. no primeiro dia, pois depois todos já sabem: "após a bonança vem a tempestade!"...
Vou contar uma história, verdadeira. Sou corajoso. Recentemente fui ao dentista extrair dois dentes do siso. Claro que doeu e também doeu meu coração. Eu explico: no muro em frente à clínica dentária em que fui, alguém escreveu artisticamente as seguintes frases: "Os mais belos pensamentos são ditos na profundeza de um olhar" e "A música traduz os sons que os lábios não ousam dizer". A primeira frase no formato de um pergaminho e a segunda ilustrada por notas musicais.
Achei a idéia muito original, criativa e romântica. Uma vez que essa declaração de amor simbolicamente foi escrita no muro, imediatamente imaginei a cena de uma serenata. Afinal os entendidos dizem que "a propaganda é a alma do negócio", não é mesmo!? Já o meio é a mensagem!
Com ou sem sereneta gorou, pois o "tiro saiu pela culatra". Na semana seguinte em que retornei nessa clínica dentária notei que foi passado a brocha por cima daquilo que foi escrito no muro. De resto sobrou apenas o vestígio do crime e, obviamente, também o muro, pobre coitado, nessa história duplamente maculado, o infeliz!
Apesar disso tudo fiquei bastante curioso de saber a versão oficial para esse fato ocorrido, e concluo que daí proveio esta minha dor no coração. Alguém se habilita?...

20050923

Sobre a farinha do maracujá

Essa farinha me interessa. E explico porque: de uns tempos prá cá diversas pessoas têm me alertado dos milagres que está causando a farinha do maracujá. E, à mim, interessa mais ainda porque toda a minha ascendência familiar (pais e avós) foi afetada por essa doença (diabetes) que, segundo os especialistas médicos, será "o mal do século XXI". Por ser a fonte de origem dos mais variados desequelíbrios orgânicos, a diabete nos causa também os mais variados sintomas, diagnósticos e doenças colaterais, se ela não for previamente identificada, adequadamente tratada e periodicamente monitorada.
Então vai aqui e agora a boa notícia: está oficialmente confirmada de forma científica que a farinha da casca do maracujá reduz a taxa de glicose no sangue, conforme texto publicado na conceituada revista Ciência Hoje, da SBPC (Sociedade brasileira para o Progresso da Ciência), de Outubro de 2003 (nº 198, páginas 54/55), intitulado: Maracujá para diabéticos. Esse texto, de grande interesse público, diz o seguinte: "O estudo da casca do maracujá, coordenado pelo químico industrial, Armando Sabaa Srur e desenvolvido pela nutricionista Solange Miranda Junqueira, descobriu o conteúdo do organomineral da casca dessa fruta e constatou que ela possui alto teor de pectina, um tipo de fibra solúvel (totalmente degradável no organismo), que ajuda a diminuir a taxa de glicose no sangue. Estes pesquisadores desenvolveram ainda uma farinha de casca do maracujá que, ao ser misturada em ração para ratos diabéticos, diminuiu em 22% a taxa de glicemia (glicose no sangue) desses animais." E continua: "Como não vimos efeitos colaterais nos animais, sugerimos que humanos diabéticos também consumissem essa farinha, e o resultado observado foi o mesmo." Entretanto, Sabaa faz uma advertência: "É importante controlar o consumo da farinha, pois, embora ajude a reduzir a glicemia, ela não é remédio e, se consumida excessivamente, também poderá causar hipoglicemia (baixo teor de glicose no sangue)". Para que isso não ocorra, ele sugere o monitoramento glicêmico do sangue por parte do diabético que fizer uso dessa farinha.
A boa notícia é que essa farinha já está sendo comercializada no mercado de fitoterápicos justamente devido ao sucesso dessa pesquisa. E a ótima notícia que tenho para os diabéticos e demais curiosos que lerem este meu texto é a receita dessa farinha. Simples e fácil: escolha bem os maracujás; corte-os ao meio; retire a polpa e aquela pelinha que a envolve; corte as cascas em pedaços menores e deixe secar po um dia, ou mais, até que a casca fique ressequida, entretanto, sem embolorar; após leve ao forno (70°C) até ficarem crocantes; bata as cascas aos poucos no liquidificar até o ponto de farinha e pronto! O pesquisador sugere que os diabéticos utilizem duas a três colheres dessa farinha a cada refeição principal, de acordo com a taxa de glicemia apresentada pelo freguês.
De quebra vou dar outra receita de comprovada eficiência popular: retalhe um bom pedaço de gengibre e caramelize com açúcar mascavo; junte a polpa dos maracujás cujas cascas viraram farinha; acrescente um pouco de água; ferva bem em fogo baixo; deixe evaporar até o ponto de xarape; coe, esfrie e coloque em um vidro. Tome diariamente uma, duas ou mais colheres de sopa desse preparado, à noite, antes de deitar. Tira a dor do corpo, a fadiga, a estafa, faz dormir e traz lindos sonhos.
E agora, para finalizar, uma dica de leitura: Meditando na Cozinha" (Corre Cotia), crônicas e receitas da Sônia Hirsch, é o livro que recomendo para quem desejar saber mais sobre holismo e alimentação natural. E mãos à obra...

20050921

Sobre quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?

Eis aqui uma grande dúvida. Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? Esse problema é velho e foi examinado há séculos, por toda espécie de estudiosos, desde teólogos e naturalistas.
Segundo Câmara Cascudo, em seu livro Dicionário do Folclore Brasileiro (Ediouro), o folclore recebeu-o, e houveram debates nos desafios sertanejos de outrora sobre essa questão e, inclusive consta que o famoso cantador Gulino de Teixeira (1832 - 1895) cantou muitas décimas sobre esse assunto, decicindo-se que a galinha nascera primeiro, de acordo com a santa Bíblia (deveria referir-se ao Genese I, 21, "no quinto dia Javé criou omne volatie secundum genus suum").
Atualmente, conforme é citado na obra Você e a Hereditariedade (Editora José Olímpio), de Amram Scheinfeld & Morton Schwitzer, este velho enigma está resolvido, com duas sentenças antagônicas e autorizadas. Então vamos a elas: Charles Darwin, o criador da Teoria da Evolução das Espécies, cita que primeiro apareceu uma espécie de ave, que pôs e chocou ovos e teve descendentes iguais a ela. Estes, à medida em que foram se desenvolvendo, ficaram sujeitos à sucessivas mudanças de meio ambiente e de hábitos, que por sua vez também provocaram mudanças em seus descendentes e estas mudanças foram transmitidas pelos seus ovos, até que, com as alterações destas, através de sucessivas gerações, por fim apareceu a galinha, que produziu o nosso conhecido ovo.
Entretanto, segundo a genética moderna, cuja origem remonta a Gregor Mendel, primeiro apareceu uma qualidade de ovo, que produziu uma espécie de ave e, a partir daí, em algumas destas aves aconteceu algo que ocasionou nelas algumas mutações, e estas, por sua vez, fez com que elas pusessem ovos contendo certos genes modificados, que geraram aves diferentes de seu pais e, na medida em que foram continuando essas mutações, com o passar do tempo, apareceu uma nova variedade de ovo com genes novos. Estes ovos produziram a galinha e, esta, por sua vez, o já famoso ovo.
Agora, depois destes esclarecimentos em nada esclarecedores - e note-se aqui que, nessa história toda, o galo sequer foi citado! - eu deduzo, ainda que, quem estiver na dúvida em escolher para o seu cardápio do dia, entre canja ou omelete, está agora na mesma dúvida e encruzilhada que eu: afinal de contas - e não levando-se em conta a inexistência do galo! - permanece aqui a angustiante questão: quem nasceu primeiro, foi o ovo ou a galinha?...

20050920

Sobre a configuração "QWERTY"

QWERTYUIOP! Alguém reconhece esta estranha palavra? De antemão afirmo que não se trata de nenhuma relíquia histórica, geográfica ou arqueológica, das antigas civilizações Inca, Maia ou Asteca. Porém, sem qualquer sombra de dúvida, saliento que todos nós, artífices no manuseio das letras e palavras, literárias ou não, informatizadas ou mecânicas, já a lemos e escrevemos inúmeras vezes, pois esse pequeno grupo de letras (QWERTYUIOP) é a linha de cima dos teclados da máquina de escrever e do computador.
Sua história é fascinante. Hei-la: por volta de 1870, Sholes & Co, principal fabricante de máquinas de escrever da época, recebia muitas reclamações de seus clientes e usuários. A queixa era de que os "tipos" da máquina ficavam colados uns aos outros se o datilógrafo fosse rápido demais. Em resposta à esse emergente problema, uma vez que este novo equipamento se tornava cada vez mais popular, a direção da empresa pediu aos seus engenheiros que descobrissem um modo de evitar que aquilo continuasse ocrrendo. Eles discutiram largamente o problema até que um deles disse: "E se reduzíssemos a velocidade do datilógrafo? Se fizermos isso os tipos não irão ficar mais bloqueados tantas vezes!" No que um outro engenheiro retrucou: "Mas como vamos retardar o datilógrafo?". A solução encontrada por eles foi fazer o teclado com uma configuração ineficiente. Por exemplo: o "o" e o "a" estão, respectivamente, em terceiro e sexto lugares entre as letras mais usadas no alfabeto inglês. Os engenheiros, porém, posicionaram estas duas letras de tal forma que teriam que ser batidas pelos dedos anular e mínimo, dedos relativamente fracos. Essa lógica foi uma idéia brilhante que, de imediato, resolveu esse problema.
Desde essa época em que esta solução foi adotada, a tecnologia das máquinas de escrever e das demais processadoras de texto (inclusive o nosso já famoso computador) avançou extraordinariamente. Na atualidade existem máquinas de escrever, assim como já são os teclados do computador, que se utilizam da digitação eletrônica que, por sua vez, podem trabalhar muitíssimo mais depressa do que qualquer operador humano possa datilografar ou digitar. Mas, paradoxalmente, o problema agora é outro, pois a "Configuração QWERTY" continua a ser usada como norma padrão, embora seja possível fazer configurações muitísssimo mais rápidas.
Portanto, a moral da história é a seguinte: quando uma norma se estabelece e se consolida firmemente, fico muito difícil eliminá-la, mesmo que o motivo inicial dela ter sido adotada já tenha desaparecido. Assim, o pensamento criativo não é só construtivo. Ele pode ser destrutivo também. Frequentemente é preciso quebrar um padrão para se descobrir outro. Por isso, lembre-se sempre: seja receptivo à mudança e flexível diante das normas. Violar as normas nos leva, necessariamente, à ideias criativas, e isso nos mostra novos caminhos, já que, ficar sempre no mesmo trilho pode, eventualmente, nos levar a um beco sem saída. Infelizmente muitas normas e regras têm vida mais longa do que a finalidade para a qual elas foram criadas. portanto, como diz o meu amigo Zé Roberto, "Pense Nisso!".

Sobre o yoga

O yoga é provavelmente o método mais antigo que se conhece para a nossa educação integral. Entretanto, no Ocidente, mesmo hoje em dia, o yoga é ainda confundido como um tipo especial de ginástica. Normalmente o homem atual não tem consciência de seu corpo, sua postura, e muito menos do desgaste que as emoções, os pensamentos e os movimentos inadequados produzem em seu próprio organismo. Para melhor compreender isso, primeiro necessitamos acordar, descobrir nosso corpo e submetê-lo à uma minuciosa observação, incluindo o que se passa em nossa vida motora, instintiva, emocional e mental. À medida que nos conscientizamos disso, poderemos passar a controlar e conduzir a nossa vida através deste domínio, adquirir uma paz interior ou mesmo chegar a atingir, como figuras humanas, níveis privilegiados de ser, pois, a partir daí, saberemos que existe dentro de nós uma energia, e que também podemos passar a controlá-la progressivamente.
Segundo Pierre Weil, conceituado psicólogo e autor de renome mundial, "O yoga tem sido a fonte de inspiração de inúmeras técnicas modernas de integração psicossomática e psicoterápica". Mas, então, o que é yoga? Yoga é uma palavra sânscrita que provêm do termo "yuj", que significa unir, juntar, atar, etc...; O yoga é uma ciência oriental com conteúdo filosófico, cultural, místico e científico, que busca a união da Alma com Deus. O yoga constitui-se de uma série de sistemas e disciplinas físicas e psíquicas, que levam o seu praticante ao auto-descobrimento e auto-realização, e sua prática permite desvendar o mundo dos fenômenos extrasensoriais, descobrir a si mesmo, vencer todas as provas da vida, compreender e superar traumas, rejeições, complexos, defeitos, medos e fobias, que cotidianamente nos afligem, causando grandes transtornos de nível físico, mental e psíquico.
Segundo o mestre iluminado OSHO (Bhagavan Sri Rajeenish), "Yoga é a ciência da vida". Sua prática constante nos traz Paz, Felicidade, Saúde, Rejuvenescimento e, principalmente, o Despertar da Consciência. O yoga leva o praticante a descobrir e a desenvolver todas as suas potencialidades internas, à união consigo mesmo, com seus semelhantes e com o absoluto (Deus). Não podemos afirmar a data exata da origem do yoga, mas, sabe-se, que a sua prática é tão antiga quanto o próprio homem. Sua manifestação na Quinta Raça (Ária), deu-se por volta de 7000 anos atrás, nas terras sagradas do Ganjes, na Índia.
O autoconhecimento objetivo (gnóstico) trabalha com a síntese do saber em todas as esferas do conhecimento humano (mística, filosofia, ciência e arte), e, dentro dele, o yoga é fundamentado em várias práticas distintas: asana (postura), pranayama (respiração), dharana (concentração) e dhiana (meditação). Também é acrescido a isso um fator fundamental: a alimentação adequada. Toda essa prática exige persistência e dedicação. Seu resultado (grau de desenvolvimento físico, mental e espiritual) é, portanto, fruto de um condicionamento assíduo e constante.
Tal exercício é recompesador, pois cada um de nós já traz dentro de si uma centelha divina cósmica, um Deus interno, que poderá, dentro desse processo e trabalho interior holístico (compreender o homem como um todo) também pela prática do yoga e que poderá ser despertado e ativado. Tudo isso nos póssibilita desfrutar, deslumbrantemente, desse inesgotável manacial de Luz, Paz e Amor, principais virtudes de nossa própria transcendência interior. Portanto, aquele negócio de que o "yogue" só come barbante é tudo mentira. Já com o "faquir" vá lá, mas esse é outra história...

20050919

Sobre o Corpo do Homem

O corpo é uma coisa que me interessa muito, principalmente o meu, que é o único que tenho: "Não existe senão um só templo no universo, e este é o Corpo do homem" (Novalis). Segundo afirmava Whilhelm Reich, "o corpo é o inconsciente do visível". Prefaciando o livro "O Corpo e seus símbolos" (Editora Vozes), de Jean-Yves Leloup, Roberto Crema diz: "o corpo é nosso texto mais concreto, nossa mensagem mais primordial, a escritura de argila que somos. É também o seu templo onde outros corpos abrigam." E complementa: "A pele é a ponte mais sensível do contato com o mundo e pode também ser o abismo. É o nosso orgão mais extenso, é o nosso código mais intenso, um lar de profundas memórias. O corpo sente, toca, fala, comunga...; Hoje sabemos o quanto nos desviou da saúde integral a concepção moderna que dissociou o corpo da alma e do espírito. Perdemos a coesão e a congruência; mais do que isso, também a transparência. A fragmentação epistemológica também refletiu no indivíduo e na sociedade, separando o organismo do meio ambiente, enfatizando as fronteiras e os conflitos. Alienação diabólica, já que diablos é o que divide. Por outro lado, Divino é o que vincula, unifica e restaura a inteireza vital.".
Eis aqui um exemplo do mestre Alberto Caeiro (heterônimo do magistral Fernando Pessoa), em versos parciais do grandioso poema "O Guardados de Rabanhos: (...) O meu olhar é nítido como um girassol./ Tenho o costume de andar pelas estradas/ Olhando para a direita e para a esquerda/ E de vez e quando olhando para trás.../ E o que vejo a cada momento/ É aquilo que nunca antes tinha visto,/ E eu sei dar por isso muito bem.../ Que tem uma criança se, ao nascer,/ Reparasse que nascera deveras.../ Sinto-me nascido a cada momento/ Para a eterna novidade do mundo...".
Segundo Roberto Crema, "Fomos modelados para a especialização." Só que esquecemos que "o especialista fechado é aquele que perdeu o olhar aberto, simples e natural. É alguém com a nuca rígida, que se considera onisciente, sem a flexibilidade de olhar para todos os lados, para cima, para baixo e para trás. É alguém com um viseira, cujos cacoetes adquiriram status. Neste olhar estreito e diminuto, o inusitado nos escapa. Perdemos o deslumbramento, o espanto essencial. No caminho viciado e repetitivo, a estagnação assassina o milagre do servir. Escapa-nos o poder inocente do arquétipo da Criança Divina. Na tumba do conhecido, nela padecemos, já não mais renascendo para a eterna novidade do mundo.".
Olhar para a realidade através de todas as suas possibilidades, utilizando todos os nossos sentidos e capacidades, sem confusão e opisição, sem nada negar ou idolatrar, esta é a verdadeira visão holística, onde tudo pode entrar, inovar e renovar, sem restrições de qualquer espécie. Somente assim, revigorados na dança do todo, é que poderemos evoluir do "cacoete" disciplinar da visão fechada para o "samba" da multiplicidade da visão aberta.
Neste seu livro, Jean-Yves Leloup convida-nos a resgatar toda a flexibilidade de nossas articulações, do corpo às psíquicas, numa jornada consciencial, da ponta dos pés à ponta da cabeça, numa ampla escuta do mais simples ao essencial, e entender mais concretamente o que é este nosso corpo, de homem, que é "o seu próprio livro de estudo, onde, basta ir virando as páginas, até encontrar o seu autor!".

P.A.

Não sou bobo nem nada,
Não dei sopa "prô" azar,
Se na vida sou lobo,
Não sou lobo do mar;
Mas nas ondas azuis
Desse mar da vida,
Minha nau triunfante
Vai de vento em popa,
Vai a navegar,
Vai a 13.8 x 8.2,
Nós, na medida ideal,
Depois de doar!

Sobre a hipertensão.

P.A. para quem não sabe é a unidade de medida de nossa "Pressão Arterial". Segundo os especialistas dessa matéria (que são os cardiologistas) e comprovada por estudos científicos, a medida ideal para a nossa pressão arterial deveria ser 13.8 x 8.2. Acima desse valor já é caracterizado um quadro de hipertensão (branda, média ou severa, conforme esse números aumentam). Esse grande mal que aflige a humanidade, a hipertensão, acomete 20% da população adulta do mundo. No Brasil, são 16 milhões de doentes, pessoas com 50% mais chances de morrer por ataque cardíaco (Enfarte), 30% mais susceptíveis a um derrame cerebral (A.V.C.), e 10% mais sujeitos à insificiência renal. Apesar de tais riscos, 60% deles desconhecem que têm a doença, porque a hipertensão arterial é um mal traiçoeiro, que avança lenta e silenciosamente, sem dor ou sintomas evidentes nas suas fases iniciais.
Quando se manifesta, sob a forma de um infarto, derrame ou insuficiência renal, muitas vezes já é tarde demais, e o paciente morre. Essa perda é mais triste ainda, porque, na grande maioria dos casos, isso poderia ter sido evitado. Caracterizada por um espessamento das paredes dos vasos sanguíneos, que dificulta a passagem do sangue, a hipertensão pode ser facilmente diagnosticada com testes regulares de pressão arterial. O exame é rápido e sem dor. Uma vez constatada a pressão alta, bastaria que o paciente, entre outras coisas, mudasse os seus hábitos alimentares, evitasse a obesidade, abandonasse as atividades estressantes, melhorasse as atividades físicas, ou usasse o imenso arsenal de remédios disponíveis para mantê-lo dentro dos níveis ideais. A pressão arterial mede a força do fluxo de sangue imposta às veias e artérias. É máxima (sistólica) quando o coração se contrai e bombeia o sangue para o resto do organismo, e mínima (diastólica), entre um batimento e outro, no momento em que o músculo cardíaco relaxa. No encontro anual de 1999 da Sociedade Internacional de Hipertensão realizado em Amsterdã, os cientistas, após pesquisa realizada por cinco anos, com 18790 hipertensos de 26 países, anunciaram a descoberta da pressão ideal: 13.8 x 8.2. Esse estudo mostrou que a pressão arterial, se mantida nesse patamar, reduz em até 45% os riscos de morte por infarto ou derrame.
Segundo pesquisas reecentes a doação de sangue previne acidentes cariovasculares e também tem um efeito colateral benéfico, pois muitas pessoas somente descobrem que são hipertensos quando se candidatam à esse exercício de amor ao próximo e se propõem, voluntariamente, a doar o seu sangue. Não sou bobo nem nada, não dei sopa "prô " azar, se na vida sou lobo, não sou lobo do mar; mas nas ondas azuis desse mar da vida, minha nau triunfante vai de vento em popa, vai a navegar, vai a 13.8 x 8., nós, na medida ideal e depois de doar.Eu escevi este poemeto quando de fato minha pressão arterial estava justamente nesse patamar.
Recentemente fui fazer nova revisão cardiológica e o meu médico disse que minha P.A. estava muito alta, 17 x 12. É brinquedo não! Também, pudera, depois de duas angustiantes horas de espera para ser atendido por ele, não há coração que agüente! Brincaderinha, senhor Doutor, brincaderinha...

20050916

Sobre a chuva

No verão a chuva vem forte e logo depois, como enxurrada, corre solta, pela sarjeta da calçada. Como tudo que é simples na natureza, ela segue em frente, rumo ao mar. Quando chove forte, assim é, não é diferente. E para quem está a toa, a hora é boa para soltar barquinhos de papel. Por que não aproveitá-la? E se não há papel de folha de caderno - nem mesmo os do tempo de escola!? -, não faz mal, pois sempre há por perto um pedaço de jornal.
E quem souber escrever versos, nessa hora poderá escrever algo mais ou menos assim: LÁGRIMAS DA NOITE, Gotas orvalhadas do luar, Como as lágrimas da chuva A nos encantar. Se estivesse um dia a contemplá-las, Debruçadado ao batente de uma janela de madeira, Gostaria que fosse em um chalé, no "Vale de Rosas". Seria em noite chuvosa, Como estas de agora Que sempre ocorrem no verão! Mas, com certeza, Ela ocorreria no início da primavera. E se tivesse à mão um copo de bebida (Me sentiria muito bem se fosse um vinho frisante, Ou mesmo um champagne demi-sec), Sorveria-a, deliciosamente, Esperando as horas passarem. E se do canto do quarto Me viesse o som de uma melodia brana Que inundasse quase silenciosamente O ambiente a sua volta (Eu estaria em êxtase, Se essa doce música Fosse a 'Sonata ao Luar', de Beethoven). Misturaria esse raro momento de magia Com o encanto dessas lágrimas Vislumbradas ao luar. Seria um momento de poesia realmente inesquecível. E se às minhas costas, Repousando na cama de casal, Estivesse virginal donzela, Me sentitia ainda mais feliz. E quando estivesse inundado Desse magistral encanto, Me viraria e iria até ela E abraçaria o seu lindo E meigo corpo desnudado. Afagira seus negros cabelos cacheados E, aos seus ouvidos, Murmuraria doces versos de amor. E quando ela acordasse Com esse meu canto, Nossos ardentes e sedentos corpos Se juntariam e se fundiriam em um só. Seria um inesquecícel momento de amor! Lágrimas da noite, Como as lágrimas das alegrias passadas Das nossas vidas, Que os tempos levam E não trazem mais.
Vem a chuva e corre a enxurrada, pela sarjeta da calçada. Para a criançada a hora é boa para soltar barquinhos de papel e, porque não dizer também, pegar frieira no pé!

20050915

Eu te amo tanto

Eu te amo tanto, tanto,
Minha esposa amada;
Com muito amor e muito esmero,
Que tanto amor tão junto,
Me causa furor e espanto,
Nesta minha alma em desespero!

Sobre a poesia

O meu primo "Zé" se define que jamais virá a gostar ou sequer entender o que é a poesia. E já que ele está imbuído de "novos vapores" (...que não são etílicos!), em prol de sua própria vida, resolvi presenteá-lo com uma pequena antologia do genial poeta português Fernando Pessoa, com o compromisso assumido de que leia pelo menos o extenso poema "O Guardador de Rebanhos", do mestre Alberto Caeiro, um de seus heterônimos ("Sou um guardador de rebanhos./ O rebanho é os meus pensamentos/ E os meus pensamentos são todo sensações./...'Olá, guardador de rebanhos,/ Aí à beira da estrada,/ Que te diz o vento que passa?'/ 'Que é vento, e que passa,/ E que já passou antes,/ E que passará depois./ E a ti o que te diz?'...").
E enquanto ele não se manifesta quanto a isso, embora saiba definir muito bem que a "lua dos poetas" é completamente diferente da "lua dos astrônomos" - tal qual ele também se identifica lá com o seu telescópio amador! - eu, por meu lado, vou aqui fazendo a minha parte e citando os meus exemplos. EU TE AMO TANTO, tanto,/ Minha esposa amada;/ Com muito amor amor e muito esmero,/ Que tanto amor tão junto,/ Me causa furor e espanto/ Nesta minha alma em desespero!
Estes meus parcos verssos podem parecer plágio inconsciente dos grandes mestres românticos de língua portuguesa (dentre muitos outros: Casimiro, Álvares, Fagundes, VINÍCIUS!...), mas se assim realmente são, não são pelas mesmas palavras, e sim pelo mesmo sentimento, o AMOR!
"Ó delicados!/ Vós que pousais o amor sobre ternos violinos,/ ou, grosseiros, que o pousais sobre os metais!/ Vós outros não podeis fazer como eu,/ virar-vos pelo avesso/ e ser todo lábios./ Vinde, aprendei!" (Maiakóvski).
Sei não se vou conseguir "fazer a cabeça" desse meu primo "Zé", mas vale a pena tentar, pois como diz um velho ditado, "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura"...

20050912

Lágrimas da noite

Lágrimas da noite,
Gotas orvalhadas do luar,
São como as lágrimas da chuva,
A nos encantar.
Gostaria de estar a contemplá-las,
Debruçado ao batente de uma janela de madeira,
Em um Chalé, no "Vale das Rosas".
Seria em uma noite chuvosa de verão,
No final da primavera.
E se tivesse à mão
Um copo de bebida,
Sorveria-a deliciosamente,
Esperando as horas passarem.
E se do canto do quarto
Me viesse uma melodia branda,
Inundando quase silenciosamente
O ambiente à sua volta,
Eu misturaria esse doce momento de magia
Com o encanto dessas lágrimas
Vislumbradas ao luar.
Seria um momento de poesia
Realmente inesquecível.
E se às minhas costas,
Repousando na cama de casal,
Estivesse virginal donzela,
Me sentiria ainda mais feliz.
E quando estivesse inundado
Desse magistral encanto,
Me viraria e iria até ela
E abraçaria o seu belo corpo denudado.
Afagaria seus negros cabelos caxeados
E aos seus ouvidos
Murmuraria doces versos de amor.
E quando ela acordasse com esse meu canto,
Nossos ardentes e sedentos corpos
Se juntariam e se fundiriam em um só.
Seria um inesquecível momento de amor.
Lágrimas da noite,
Gotas orvalhadas do luar,
São como as lágrimas
Das alegrias passadas
Das nossas vidas,
Que os tempos levam
E não trazem mais.

Márcia Regina

(pelo seu casamento)

Márcia Regina,
Régia menina,
De enlace marcado
Para setembro
Que se aproxima.

Márcia Regina,
Régia menina,
Nesta data que chega
Os meus parabéns,
Muitas felicidades,

E nada de tremedeira, heim!

Poeta

Poeta nasce quando ama,
Mas quando ama sofre
a dor que não merece ter,
Essa dor que traz no peito,
Dor que não o mata,
Mas que o faz sofrer.

Veremos...

Quiçá, verá,
Veremos...;
Quem será
Que ficará,
Eternamente,
Sofrendo.

Definições

Adolf Hitler: Ave César!
Alberto Fujimori: Tritador!
Antonio Salazar: Fardo!
Augusto Pinochet: Rainbãn!
Benito Mussolini: Brutus!
Bill Clinton: Galo!
Bóris Yéltsin: Ic-Ic Hugo!
Fernando Henrique Cardoso: BH...
Fidel Castro: Zeus!
Francisco Franco: Francomente!
George W. Busch: Berne!
Josef Stálin: Nietsche!
Luis Ignácio Lula da Silva: Pinóchio!
Mao Tse Tung: Tumba!
Wladimir Lênin: Múmia!

Querer e ter

A quem querer se ter
Precisamos muitos verbos conjugar,
Sejam eles aqui presentes,
Sejam eles em qualquer lugar!

A quem querer se ter
Precisamos fazer muitos sacrifícios,
Tal qual um tabalho de Hércules,
Um Super-Homem a erguer edifícios!

A quem querer se ter
Vale a pena o sofrimento
De ter que exercitar a gramática,

De ter que estafar nossos músculos,
Só de saber em a ter,
Agora em em todo momento.

20050908

Sopinhas

Uma sopinha bem quentinha,
Tão gostosinha, de feijão com macarrão.
Uma sopinha bem quentinha, tão gostosinha,
De feijão, macarrão, e com queijo parmesão.
Essa sopinha bem quentinha,
Tão gostosinha, de feijão e macarrão,
Acompanhada de quibinho frito
E molho de pimenta "Tabasco",
Hum, que perdição!

Minha sopinha de fubazinho,
Prefiro ela bem quentinha,
Em dia bem friozinho,
Com pedaços de carninha
E com couve picadinha, bem fininha,
E temperinho ajeitadinho,
E um vinhozinho tinto e seco,
À TEMPERATURA AMBIENTE!

Saudade

Eu é que sou feliz?
Isso é você quem diz!
Quisera poder eu ter
Alegria em meu viver.

Estar às vezes sorrindo
Não traduz felicidade,
Mas sim algo refletindo,
De alguém sentindo saudade.

Você pode achar estranho
E considerá-la diferente,
Haver coisa desse tamanho,
Própria de quem é inocente.

Será assim tão inútil,
Por qualquer motivo fútil,
Na vida, em algum momento,
Expressar esse sentimento?

Já tivestes alguma paixão?
Se pensares com afinco,
Não contarás até cinco,
Para me dares razão.

Saudade, esse sentimento,
Me vem hoje à lembrança,
Não me traduz esperança,
Só me traduz sofrimento.

Lar

Meu "bem" me fez uma promessa,
De logo ir com ele morar.
Rogo ao destino que não impeça
Esse sonho eu realizar!

Searas

Nem tudo na vida são flores,
Nem também são espinhos,
A vida nos traz muitas dores,
Que nos mostram caminhos!

Alvorecer

Dourada flor tão bela
que surge com a aurora;
Meu coração que vela,
Nesta minh'alma que chora!

Ansiedade

Passa semana, passa semana,
E a ansiedade em mim emana;
Ter cartas a vir pelas ruas,
Trazendo as notícias suas.

Paixão

Óh, Deus, não me atino
Ter que assim suplicar,
Porque tive esse destino,
Dela eu me apaixonar!

Pasmo desejo

E, eu, calado, contive
O meu desejo a bufar;
Na gala da sala estive
Querendo ir te abraçar!

Desejos

Saibas minha amada,
Que quando nossos lábios se tocam
E assim eles ficam, nessa hora,
Quando trocamos beijos,
Por ser eu um carnal,
Também sinto desejos.
Se também sentes
Eles se manifestarem
E, por eles,também sentir
Os nossos sexos se exaltarem,
saibas minha amada,
Minha esposa e namorada,
Que essa atração
Que juntos estamos sentindo
É a pura e natural manifestação
De nosso mútuo e feliz Amor!

Adversidade

A adversidade é cotidiana,
Persiste e traz dor;
Mas, por outro lado,
Também há fraternidade
Onde existe o amor!

Clarabela

Clara e bela;
Qual é mesmo
O nome dela?
Clarabela!

Pressão alta

Tenho tontura,
Ter tontura é chique:
Coisa de madame
Cheia de chilique!

Tenho tontura,
Ter tontura é chique:
Coisa de velhinha
Com labirinte!

Tenho tontura,
Ter tontura é chique:
Coisa de bebum
Com mal de hepatite!

Tenho tontura,
Ter tontura é chique:
Coisa de rinítico
Com sua sinusite!

Tenho tintura,
Ter tontura é chique:
Coisa de maluco
Cheio de rebite!

Tenho tontura!
Ter tontura é chique!
Será que é a pressão
Que está a 18 x 12?!...

Sementes

Sementes, sementes...
Antes e sempre,
Em qualquer plantio,
Seja breve ou perene,
Necessitamos plantar
Sementes!
Se ela for boa,
For bem plantada,
Ela germinará,
E nascerá uma nova planta
Que crescerá, florescerá,
Produzirá seu fruto,
Fonte de novas sementes,
E se perpetuará, multiplicará,
Quer hoje, quer amanhã,
Quer simplesmente
Para sempre!
Homens sábios,
Homo sapiens,
Homens sapientes
Sabem disso:
Pela lida, pelos estudos,
Pela experiênciação.
Semente, semente...
Conhecimento onisciente,
Infelizmente somente
Sempre presente
Na mente do ancião.

Tenho que ir

(Uma letra de música para meu irmão caçula, o Havy Taxinha)

Eu tenho que ir
Visitar o faquir
Eu tenho que ir
Visitar o faquir

Na sua gaiola
Tocando viola
Na sua gaiola
Tocando viola

Pra uma espanhola
Com a castonhola
Pra uma espanhola
Com a castanhola

Eu tenho que ir
Visitar o fquir
Eu tenho que ir
Visitar o faquir

Na sua gaiola
Com a espanhola
Na sua gaiola
Com a espanhola

EU TENHO QUE IR
VISITAR O FAQUIR

Sobremesa

Sempre muito bem intencionado,
Por duas vezes,
Para a sobremesa de meu "bem"
Eu lhe trouxe maçã e pêra.
Só que ela,
Sempre muito apressada,
Sem gratidão no coração,
Nas duas vezes,
Essa sobremesa, dela,
Ela se esqueceu.
Nisso fico aqui
Agora matutanto
E pensando com meus botões:
Da próxima vez
Não trago mais
Ou se trazê-las
Ei eu mesmo de comê-las
Sem nenhum ressentimento!

Enxurrada

Chove a chuva
E corre a enxurrada
Pela sarjeta da calçada.
É hora de soltar barquinhos de papel
E pegar frieira no pé!

Chuva

Chove, chuvosa, chuva...
Chuvosa, chuva, chove: a cântaros!
Não saias pra comprar tabaco,
Pois irás molhar até o pêlo do s...!

20050906

Brilho

Os pirilampos brilham na noite a se atrair.
São como namorados, encantados, a se procurar.
Uma mútua atração tece na noite essa união
E a festa acontece numa explosão de luz.
A prole vem, nasce o dia, e tudo vira felicidade.
Mas o dia também passa e, novamente, no céu da noite,
Os pirilimpos voltam a ofuscar o brilho das estrelas!

Reflexões

Aventuras..., eu tive;
Amarguras..., também;
Mas seu hoje sou feliz
É porque tenho o meu bem!

Eclipse lunar

Viste o eclipse da lua?
Quem na rua não o viu,
Foi porque, ver a lua,
Na sua rua, não saiu!

Mútuo encanto

Num canto eu conto
Em canto o meu conto.
O meu conto é um encanto,
Meu encanto é te ter.
O meu conto é minha vida,
E minha vida é você.
Se seu conto é igual,
Com o mesmo encanto,
Brade alto o seu canto,
Não me deixe morrer!

Juras

(... na matemágica do amor é preciso uma prova...)

Estas juras que tu dizes
E que tu mandas à mim,
São elas juras tão belas,
são tão doces, são singelas,
Que me deixam encantado de ti.
Mas estas juras que tu dizes
E que aos céus tu as move,
Destas juras que são minhas
Eu quero a prova nos nove!

O sofrimento

Quando se lacera a ferida
Aberta pela seta do cupido,
Nada mais cura no poeta
Essa dor que foi sentida.

O sentimento

A mulher tornada musa,
Mesmo assim, em sua beleza,
Bem depressa logo se esquece
De quem lhe deu a realeza.

O elemento

O escultor
Molda suas musas
Com as mãos.
Nós, poetas,
As moldamos
Com o coração.

Quem ama não adoece

Se alguém ou algo te fere,
Não te padece,
Desculpa e esquece.
Você não merece esse sofrer.
Lembre-se, o espinho dilacera
Porque não é flor!
Eu não posso ferir,
Sou flor, não espinho.
O meu pranto é de pétalas,
Meu perfume é o amor.
Eu te amo,
Segue o meu caminho.
Você merece!
A mulher - e mãe - amadurece,
De amor não carece,
Tem a um e a outro,
Não te esquece,
Pois quem ama não adoece!

Diz

Amor, diz que me ama
E com sinceridade
O teu amor proclama:
- "Te amo!"

Amor, diz que me adora
E que sem mim
A tua alma chora:
- "Te adoro!"

Amor, diz que me quer
E que somente tu
É minha mulher:
- "Te quero!"

Amor, isso tudo diz
Que serei teu homem
E serei feliz:
Feliz!...

Beijo Azul

Se para alguém especial
Hoje eu mandar um beijo,
Ele será um beijo azul,
De um grande azul celestial,
Que sai do mar azul
Que me inunda peito
E vai no azul do céu
Misturar-se ao seu leito.
Um beijo assim - azul -
Que sai do mar e vai ao céu,
Esse céu azul de "Brigadeiro"
Que é cor de anis,
No céu reflete-se
E volta ao mar;
E se assim volta
Foi porque eu quis
Que assim ele voltasse
Para que também de azul
Por inteiro ele inundasse
O coração desse alguém!

Definição

Sou feliz, feliz sou
Aos olhos dos outros.
Estou feliz, feliz estou!
Porém dentro,
Profundamente dentro,
No âmago da alma,
No solo do coração,
Onde se alojam os sentimentos,
Onde fermentam as emoções,
Estou vazio, triste,
Sem essência nenhuma,
- Coitado de mim! -
Perdido num mundo sem fim,
Sem saber de onde vim
E sequer saber para onde vou!

20050905

Profundo mar interior

Quanto maior for a forma
Mais fundo ao mundo se vai,
Ao fundo do mar profundo,
Transfundo desse meu ai!

A chama do coração

Essa chama que aquece
E como brasa encandesce
Em seu brilho e calor,
Essa flor de mil pétalas,
Essa lótus que reluz,
Ela chama-se amor!

20050902

O trem

No vai e vem dos passageiros
O trem corre, corre...
De estação em estação.
Assim também é a nossa vida
Cheia de bilhetes e de passagens,
E também cheia de estações.
O trem da vida,
Do ínicio ao seu fim
Cumpre a sua função,
Corre, corre...
E também passa,
Pois esta é a sua missão!

Nossos Atos

Os nossos atos são fatos
São caminhos percorridos
Para a nossa auto-realização.
Os nossos atos são fatos,
Mas também são buracos,
Escavados, nessa busca, nesse caminho
De nossa existência terrena.
Trilhar esse caminho
Desapegado de tudo
É avançar adiante
Libertando a nossa essência
Rumo ao plano absoluto.
Esse é o meu caminho
Esse é o meu destino1

Fale Comigo

Papo de anjo
Coisa de amigo
- Isso bendigo -
No dia de hoje
Ter essa graça
De falar contigo!

Caminho

Sair e caminhar
Buscar a luz no horizonte
E não a escuridão
Do precipício dos abismos!