20051221

Sobre a meditação

A meditação pode ser considerada “a ginástica do espírito”. Nos últimos tempos esse tema tem recebido destaque em diversas publicações da mídia informativa (livros, revistas e jornais). Os especialistas ressaltam que, “no ato de meditar, a mente se aquieta mas fica perfeitamente acordada".
E, como exemplo, vou citar aqui “A Meditação para Micael”, de Rudolf Steiner: “Temos que erradicar da alma todo o medo e terror do que o futuro possa trazer ao homem. Temos que adquirir serenidade em todos os sentimentos e sensações a respeito do futuro. Temos que olhar para frente com absoluta equanimidade para com tudo que possa vir. E temos que pensar somente que tudo o que vier nos será dado por uma direção plena de sabedoria. Isto é parte do que temos que aprender nesta era, a saber viver com pura confiança, sem qualquer segurança na existência. Confiança na ajuda sempre presente no mundo espiritual. Em verdade nada terá valor se a coragem nos faltar. Disciplinemos nossa vontade e busquemos o despertar interior todas as manhãs e todas as noites.”

Além deste, um dos maiores exercícios para redescobrirmos o enorme poder da força interior também está na “Oração da Serenidade”, que é a seguinte: “Concedei-nos, Senhor, a Serenidade necessária para aceitarmos as coisas que não podemos modificar, Coragem para modificar aquelas que podemos, e Sabedoria para distinguirmos umas das outras.”

Neste final de ano que ora se aproxima desejo a todos muita paz e alegria, e também que sintam dentro de vós a presença de Deus a iluminar-lhes não só seus caminhos, mas também suas almas e seus corações.
PAZ E BEM!

20051219

Passo a passo...

Carl Gustav Jung (1875-1961), psicólogo e psicanalista suíço, criador da psicologia analítica, em sua memórias escreveu: “... quando vivemos a nossa vida, é preciso também aceitar o erro, sem o qual a nossa vida não será completa. Nada nos garante, em nenhum instante, que não possamos cair em erro ou perigo mortal” (Leo Gesslein, “A doença como reinicio”). Portanto, errar é humano, mas sempre que incorrermos em algum erro é necessário recomeçar de novo.

Nós bem sabemos que o poder de qualquer mudança individual está sempre no momento presente. Confúcio disse: “uma viagem de dez mil quilômetros começa com o primeiro passo ...” (John Davison, “Energia sutil”).

“O maior sentido para a plenitude da vida é a caminhada em busca da felicidade. Ninguém gosta de ser infeliz! E se temos que viver 24 horas por dia conosco mesmos, então por que não fazemos um esforço para sermos a nossa melhor companhia? Poucas coisas são mais fascinantes do que descobrir, dia a dia, dentro de nós mesmos, as pedras preciosas da felicidade. É tão bom saber que elas existem! Para sermos felizes basta apenas garimpá-las em nossa rica mina interior. Quanto mais nós descobrimos esses nossos tesouros pessoais, mais passamos a acreditar em Deus, autor primeiro de todas as coisas maravilhosas que nós, humanos, estamos apenas redescobrindo” (Carlos França, “Força interior”).

“O passado está acabado para sempre. Ele voltou para o nada, de onde veio. Estou livre. Tenho um novo sentimento de orgulho e autovalorização. Confio em minha capacidade de me amar e apoiar. Aprendi que sou capaz de uma mudança e evolução positivas. Sou forte. Sou uno com o poder e a inteligência do Universo. A sabedoria divina me guia e me conduz a cada passo do caminho. Estou protegido, sinto-me seguro enquanto progrido na direção de meu mais alto bem. Avanço com felicidade e alegria. Sou uma nova pessoa, vivendo no mundo que escolhi para mim. Sou profundamente grato por tudo que possuo e pelo que sou. Sou abençoado e próspero em todos os aspectos. Tudo está bem em meu mundo” (Louise Hay, “Ame-se e cure sua vida”).

Encarar dez mil quilômetros não vai ser fácil, mas como diz o ditado, tudo começa com o primeiro passo, e já que estamos no final do ano, então vamos lá, um, dois...

20051215

Bobby Filho

Diz um provérbio chinês que, para ser feliz por completo, o homem necessita realizar três desejos: plantar uma árvore, escrever um livro e gerar um filho. Eu não sou chinês e, embora tenha esse pseudo-sobrenome russo (Míchkim, que é oriundo de um apelido que ganhei ainda na tenra infância!), eu, por meu lado, posso assegurar que hoje sou um homem feliz por completo. E razões não faltam para isso, principalmente pelo filho que tenho, pois ontem ele se formou com louvor na 8ª Série do Ensino Fundamental da Escola Anglo Clareteana de Rio Claro.

Quando ainda era menino lhe dediquei estes versinhos: O menino Thiaguinho/ É menino, não é boy;/ Dorme sempre agarradinho/ Ao seu lindo cachorrinho,/ Que se chama Parmolói!/ O menino Thiaguinho/ Gosta muito de poesia,/ De poemas ritmados,/ Com versinhos bem rimados:/ ‘Boi com foi e vaca com faca!’/ O menino Thiaguinho/ Nesta sua intransigência/ Gosta ele muito mais,/ Dos versinhos rimadinhos/ De Vinícius de Moraes!

Thiago - esse é o seu nome - mas costumo chamá-lo de “Gary Míchkim” (o Gary, em homenagem ao melhor jogador de xadrez de todos os tempos, Garry Kasparov). Também é chamado pela minha sogra de “Thiago Batata” (pois ba-ta-ta foi a primeira palavra mais “aprimorada” que ele falou, ali pelos seus 13 meses, 12 dias, 11 horas e 10 minutos e, se faço aqui esta citação, é porque ele é muito detalhista!). E também de Bobby Filho (por causa daquele desenho animado que muitos já conhecem). Juntando tudo fica Thiago Batata Gary Míchkim Rosa de Oliveira, o Bobby Filho (atualmente eu mudei para “Bobby 10”, pois, desde a 1ª série até a 8ª, ele, sem nenhum esforço, se acostumou a tirar nota 10 em todas as matérias essenciais das séries que cursou).
Para quem ainda não sabe as palavras "Papai e Mamãe" tem fonética semelhante em quase todos os idiomas do mundo, inclusive em chinês, e se hoje este Pai-Pai está coruja é porque ele merece!

20051214

Mandamentos de um cozinheiro amador

Eis abaixo alguns mandamentos para quem gosta de cozinhar:

Não te considerarás acima de teu conhecimento culinário, nem abaixo, mas, por meio das pessoas que te possam ser sinceras, avaliarás o estágio em que te encontras e buscarás o aprimoramento;
E serás misericordioso com a tua ignorância, tratando de reduzi-la, buscando conhecimento onde ele estiver: nos programas de TV, nas revistas, nos livros, nos jornais e naqueles que te superam;
Lembra-te que o dia de sábado é santificado para o cozinheiro amador. É tempo de descanso e prazer. E lembre-se que nesse dia as lojas de utensílios para cozinha e produtos culinários estão abertas;
Não furtarás receitas de outros sem mentir sobre a autoria;
Nenhum de teus pratos será em vão. Aquele errado, será a base do teu crescimento como cozinheiro. Quando teu prato maravilhar pela soma das suas virtudes, terás, como recompensa menor, a inveja dos teus inimigos;
Não cobiçarás a cozinheira do teu próximo andar nem a do anterior, pelo bem da vida condominal do edifício;
Não farás para ti imagem nem escultura dos grandes mestres cozinheiros, mas os terás como farol para a tua navegação pelo mundo culinário;
Eu sou o teu guia, te tirei do agito da sala, te coloquei na servidão da cozinha, e darei fome três vezes ao dia aos que te rodeiam.

20051212

Sobre o ronco

O ronco é o ruído produzido pela respiração durante o sono. Até certo ponto é normal fazermos algum barulho enquanto dormimos, no entanto, quando existe algum tipo de obstrução no fundo da garganta, o ar produz uma forte vibração no palato e na faringe, provocando o ronco.
As obstruções mais comuns nas vias respiratórias ocorrem pelo aumento das adenóides e amígdalas, para impedir a invasão de microrganismos; porém, com isso, também dificultam a livre passagem do ar, fazendo a pessoa inspirar pela boca enquanto dorme. Outras obstruções também podem ocorrer por desvio do septo nasal e por doenças respiratórias (rinite e sinusite). Outros fatores também podem favorecer o ronco, como a idade, o cansaço físico, a ingestão de bebidas alcóolicas ou soníferos, a obesidade, o modo de dormir, etc..;
O ronco faz mal à saúde quando é acompanhado de apnéia (interrupções da respiração durante o sono), podendo levar ao infarto, ao derrame e à hipertensão, devido a má oxigenação do sangue e comprometimento das artérias. A apnéia também nos faz acordar indispostos e sonolentos, e, conseqüentemente, segundo as estatísticas, predispostos à acidentes de trânsito e trabalho, devido a noites maldormidas.
A uvulopalatofaringoplastia- esse palavrão! - é o recurso cirúrgico para corrigir os casos de malformação dos tecidos locais, retirando seus excessos e ampliando os espaços da garganta para que a respiração flua normalmente. Eu chamei o Gary Míchkim e lhe disse: “Bobby, meu filho, vem cá que eu vou lhe lhe ensinar uma palavra nova que começa com "U”. “Urso não vale porque eu já sei!”- ele respondeu. “Não é urso- prossegui-, é uvulopalatofaringoplastia!” “Mas PAI- ele retrucou- essa palavra não existe, você a inventou!” E, nem me deu bola, saiu de fininho e foi jogar videogame, sem sequer me dar a chance de explicar-lhe o que era uvulopalofaringoplastia (que falta de consideração, vocês não acham?!).
Quem ronca leve, não ronca, apenas ressona. Segundo as estatísticas o homem ronca mais que a mulher (50 contra 30%, nos adultos). Podemos prevenir o ronco evitando, corrigindo ou eliminado os problemas que o causam. Cabe citar que: quando criança fui operado das amígdalas e adenóides (teria sido uma uvulopalatofaringoplastia?); já tratei de sinusite; atualmente trato da rinite alérgica; e, nem por isso, segundo a minha esposa, deixo de roncar todos as noites.
Essa conversa está me dando sono, é melhor parar por aqui, pois paciência têm limites...

20051207

Sobre a maior riqueza do ser humano

Na vida
Tudo se laça,
Se enlaça,
Entrelaça,
Formando nós!

Eu possuo o livro “Terapeutas do Deserto” (Ed. Vozes, 1999). Trata-se de uma coletânea de textos de um seminário promovido pela UNIPAZ e que foi realizado em Brasília, em 1996, intitulado: “De Fílon de Alexandria e Francisco de Assis a Graf Dürckheim”, cujos palestrantes foram Jean-Yves Leloup e Leonardo Boff.

No capítulo “A imagem que São Francisco tinha do ser humano” Leonardo Boff diz o seguinte: “O ser humano é um entrelaçamento, um nó de relações.” Essa foi a mais rica definição do ser humano que esse teólogo católico encontrou até hoje e, segundo ele, ela está contida na obra “A Cidadela”, do grande escritor francês Saint-Exupery.

E Leonardo Boff continua : “O ser humano é um nó de relações, voltado em todas as direções - para cima, para o sonho; para o alto, para Deus; para dentro de si, para o seu coração; para os lados, para seus irmãos e irmãs; para baixo, para a terra, para a natureza. Relações em todas as direções. E o ser humano só se realiza, se ele se agiliza, se ele articula as relações. Se corta as relações, ele empobrece.” E conclui: “Então, eu diria que esta antropologia é pan-relacional e ecológica(...), onde tudo tem a ver com tudo, em todos os momentos e em todas as circunstâncias(...), enfim, uma antropologia que sabe sentir o coração das coisas.”

Meu saudoso pai já conhecia toda essa história e, seguindo seu exemplo, talvez seja por isso que eu valorize tanto essa questão, pois é inquestionável: quanto mais nos relacionamos mais ricos nós ficamos!
PS- o texto de hoje é uma homegem aos amigos blogueanos!

20051206

Secos & Molhados

O maior fenômeno musical do ano de 1973 foi sem dúvida nenhuma o lançamento do primeiro disco do revolucionário conjunto Secos & Molhados: “Se, naquela época, uma nave-mãe tivesse pousado, por exemplo, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e despejasse através de suas portas alguns alienígenas, ela não teria causado um impacto, uma perplexidade e um maravilhamento tão grande que pudessem rivalizar com aqueles que foram proporcionados pelas primeira apresentações ao vivo de um novo grupo de música popular brasileira chamado Secos & Molhados. Foi um espanto! O impacto inicial de seus shows era primeiramente visual: nunca se tinham visto aquelas roupas, aquelas maquiagens, aquelas cores e desenhos; e mais, a movimentação no palco, em especial a coreografia exótica e sensual de Ney Matogrosso (o vocalista do grupo) era simplesmente desconcertante. O impacto seguinte era sonoro, pois o espanto também era auditivo. O som dos Secos & Molhados surpreendia não apenas pelo timbre e registro insólitos da voz de Ney, mas também impressionava pela sua musicalidade exuberante, nas composições agudas e envolventes, nos arranjos modernos mas sutis e na qualidade contagiante das interpretações. A fase áurea dos Secos & Molhados é um momento singular da história da música popular brasileira. E eles só tiveram fase áurea! Lançaram apenas dois discos em sua formação original (1973 e 1974). Surgiram e acabaram logo, para dar lugar a carreiras solo de seus componentes, como se tivessem sido o brilho súbito de um quasar, uma suave explosão, um sonho irrepetível.”
O jubileu do “Secos & Molhados” foi comemorado em 1999 com o lançamento (dois álbuns em um CD) remixados diretamente das fitas originais por Charles Gavin (“Titãs”). Em minha adolescência eu possuí estes dois discos e vivenciei o brilho daquele momento: “... todas as cores/ e outras mais/ procriam flores/ astrais...”. Em sua adolescência o meu irmão caçula (“Heavy Taxinha”) detonou toda a minha coleção, em vinil. Depois disso, providencialmente ele foi repondo em CD’s essa antiga coleção (EM SEU RACK, OBVIAMENTE: onde eu tiro as minhas casquinhas!).

20051205

Versejando

Pirilampos: Meu amor e eu somos dois pirilampos na noite a brilhar; Somos dois namorados, os dois encantados, seu amor a mostrar; Nossa luz é brilhante, documento importante de nós dois a se amar!

Diz: Amor, diz que me ama e com sinceridade o teu amor proclama: “Te amo!”; Amor, diz me adora e que sem mim a tua alma chora: “Te adoro!”; Amor, diz que me quer e que somente tu é minha mulher: “Te quero!”; Amor, isso tudo diz que serei teu homem e serei feliz: Feliz!!..;

Quem ama não adoece: Se alguém te fere, não te padece, desculpa e esquece. Você não merece esse sofrer. Lembre-se, o espinho dilacera porque não é flor! Eu não posso ferir, sou flor, não espinho. O meu pranto é de pétalas, meu perfume é o amor. Eu te amo, segue o meu caminho. Você merece! A mulher - e Mãe! - amadurece, de amor não carece, tem a um e a outro, não te esquece, pois quem ama não adoece!

Tetrassílabos: Elemento(I): O escultor molda suas musas com as mãos. Nós, poetas, as moldamos com o coração. Sentimento(II): A mulher tornada musa, mesmo ela, em sua beleza, logo se esquece de quem lhe deu a realeza. Sofrimento(III): Quando se lacera a ferida aberta pela seta do cupido, não há nada que cure de nós, poetas, a dor que foi sentida.

Juras(na matemágica do amor é preciso uma prova!): Estas juras que tu dizes e que tu manda à mim, são elas juras tão belas, são tão doces, são singelas, que me deixam encantado de ti. Mas estas juras que tu dizes e que àos Céus tu as move, destas juras que são minhas eu quero a prova dos nove!

Mútuo encanto: Num canto eu conto em canto o meu conto. O meu conto é um encanto, meu encanto é te ter. O meu conto é a minha vida, minha vida é você. Se seu conto é igual, com o mesmo encanto, brade alto o seu canto, não me deixe morrer!

Eclipse lunar: Vistes o eclipse da Lua? Quem na rua não o viu, é porque ver a Lua, na sua rua, não saiu!

Brilho: Os pirilampos brilham na noite a se atrair. São como namorados, encantados, a se procurar. Uma mútua atração tece na noite essa união e a festa acontece numa explosão de luz. A prole vem, nasce o dia, e tudo vira felicidade; mas o dia também passa e, novamente, no Céu da noite, os pirilampos voltam a ofuscar o brilho das estrelas!

Aventura... eu tive; Amarguras.... também; Mas se hoje sou feliz é porque tenho o meu bem!

20051201

Sobre as pequenas e grandes coisas na vida.

“Um professor queria demonstrar um conceito aos seus alunos. Pegou um vaso de boca larga, colocou dentro dele algumas pedras, e perguntou à classe: ‘O vaso está cheio’. Unanimemente os alunos responderam: ‘Sim!’ O professor então acresceu ao vaso um punhado de pedregulhos, que se alojaram nos espaços entre as pedras. Depois refez a pergunta: ‘E agora, o vaso está cheio?’ A maioria respondeu: ‘Sim!’ O professor então muniu-se de uma pequena pá com areia, virou-a sobre o vaso e essa areia preencheu os espaços entre os pedregulhos. Novamente ele perguntou: ‘Está cheio?’ Alguns alunos responderam: ‘Sim!’ Em seguida ele pegou uma vasilha com água e a despejou dentro do vaso. Obviamente que a água saturou a areia. Nesse ponto o professor modificou a pergunta: ‘Qual o objetivo desta demonstração?’ Um jovem talento arriscou a seguinte resposta: ‘Não importa quanto a agenda da vida de alguém esteja cheia, ele sempre conseguirá espremer dentro dela mais algumas coisas!’ ‘Não’, respondeu o professor. ‘O ponto é o seguinte: a menos que você coloque primeiro as pedras grandes dentro do vaso, nunca mais conseguirá colocá-las lá dentro. As pedras grandes são as coisas importantes de sua vida: sua família, seus amigos, seu crescimento pessoal e profissional. Se você preencher sua vida somente com coisas pequenas, como pedregulhos, as coisas realmente importantes nunca terão tempo nem espaço em sua vida.”

Confesso que no meu vaso as minhas pedras eu já coloquei. Agora estou na fase de catar coquinhos pois o "cascalho" anda em falta...