Sobre a poesia
O meu primo "Zé" se define que jamais virá a gostar ou sequer entender o que é a poesia. E já que ele está imbuído de "novos vapores" (...que não são etílicos!), em prol de sua própria vida, resolvi presenteá-lo com uma pequena antologia do genial poeta português Fernando Pessoa, com o compromisso assumido de que leia pelo menos o extenso poema "O Guardador de Rebanhos", do mestre Alberto Caeiro, um de seus heterônimos ("Sou um guardador de rebanhos./ O rebanho é os meus pensamentos/ E os meus pensamentos são todo sensações./...'Olá, guardador de rebanhos,/ Aí à beira da estrada,/ Que te diz o vento que passa?'/ 'Que é vento, e que passa,/ E que já passou antes,/ E que passará depois./ E a ti o que te diz?'...").
E enquanto ele não se manifesta quanto a isso, embora saiba definir muito bem que a "lua dos poetas" é completamente diferente da "lua dos astrônomos" - tal qual ele também se identifica lá com o seu telescópio amador! - eu, por meu lado, vou aqui fazendo a minha parte e citando os meus exemplos. EU TE AMO TANTO, tanto,/ Minha esposa amada;/ Com muito amor amor e muito esmero,/ Que tanto amor tão junto,/ Me causa furor e espanto/ Nesta minha alma em desespero!
Estes meus parcos verssos podem parecer plágio inconsciente dos grandes mestres românticos de língua portuguesa (dentre muitos outros: Casimiro, Álvares, Fagundes, VINÍCIUS!...), mas se assim realmente são, não são pelas mesmas palavras, e sim pelo mesmo sentimento, o AMOR!
"Ó delicados!/ Vós que pousais o amor sobre ternos violinos,/ ou, grosseiros, que o pousais sobre os metais!/ Vós outros não podeis fazer como eu,/ virar-vos pelo avesso/ e ser todo lábios./ Vinde, aprendei!" (Maiakóvski).
Sei não se vou conseguir "fazer a cabeça" desse meu primo "Zé", mas vale a pena tentar, pois como diz um velho ditado, "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura"...
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