20070425

A senhora chorona

Num conto Zen, havia uma senhora idosa que chorava o tempo todo. Sua filha mais velha era casada com um comerciante de guarda-chuvas, enquanto a filha mais jovem era esposa de um vendedor de macarrão.
Nos dias ensolarados, a velha senhora preocupava-se: “Oh, não! O clima está tão agradável e ensolarado. Ninguém vai comprar guarda-chuvas. Se ele continuar assim a loja de minha filha poderá fechar!” Tais preocupações a entristeciam e simplesmente não conseguia parar de chorar.
Quando chovia, por outro lado, também lamuriava, pensando: “Oh, não! Minha filha mais nova é casada com um produtor de macarrão. Não é possível secá-lo sem sol e não haverá macarrão para vender. O que eles farão se essa chuva não parar?”.
Assim, essa velha senhora vivia todos os seus dias em conflito. Se o dia fazia sol ou chuva, ela lamentava-se por uma de suas filhas. Seus vizinhos a apelidaram de “senhora chorona”.
Um dia, conheceu um monge, que sentiu muita curiosidade sobre o motivo de suas lágrimas. A velha explicou-lhe seu dilema e, sorrindo ternamente, o monge disse: “Senhora, não é necessário se preocupar mais! Eu lhe mostrarei o caminho para a felicidade e nunca mias precisará se lamentar”.
Curiosa, então a senhora pediu para que o monge lhe mostrasse o que fazer. Ele respondeu: “É muito simples. A senhora apenas precisa mudar a perspectiva de seu ponto de vista. Nos dias ensolarados não pense que sua filha mais velha não venderá guarda-chuvas, mas sim que a filha mais jovem secará e venderá o macarrão. Através da luz do sol ela será capaz de produzir grandes quantidades de macarrão e suas vendas serão excelentes. Em dias de chuva, por outro lado, pense na loja de guarda-chuvas de sua filha mais velha. Com a chuva, todos comprarão guarda-chuvas. Ela os venderá em grande quantidade e sua loja prosperará".
A velha senhora enxergou a luz. Seguiu a instrução do monge e, após algum tempo, não mais chorou. Ao contrário, sorria todos os dias e, a partir de então, passou a ser conhecida como a “senhora sorridente”.
Tal qual é aquela história do copo com líquido até sua metade. Uns o vêem metade vazio e outros metade cheio. Quando temos preocupações e problemas, se formos capazes de transformar de forma positiva a nossa primeira impressão, então seremos capazes de transformar as preocupações e os problemas, em felicidade e fortuna, e com isso transformaremos a tolice em sabedoria e a ignorância em iluminação.

Fonte: texto retirado do livro “Ch´an Tao, Essência da Meditação” (Ed. Plexus)

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20070419

Dicas para escrever bem

(Autor: Professor João Pedro da UNICAMP)

1. Deve evitar ao máx. a utiliz. de abrev., etc.
2. É desnecessário fazer-se empregar de um estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo narcisístico.
3. Anule aliterações altamente abusivas.
4. não esqueça as maiúsculas no início das frases.
5. Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz.
6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.
7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.
8. Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, sacou??... então valeu!
9. Palavras de baixo calão, porra, podem transformar o seu texto numa merda.
10. Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações.
11. Evite repetir a mesma palavra pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.
12. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: "Quem cita os outros não tem idéias próprias".
13. Frases incompletas podem causar
14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes;isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez, ou por outras palavras, não repita a mesma idéia várias vezes.
15. Seja mais ou menos específico.
16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!
17. A voz passiva deve ser evitada.
18. Utilize a pontuação corretamente o ponto e a vírgula pois a frase poderá ficar sem sentido especialmente será que ninguém mais sabe utilizar o ponto de interrogação
19. Quem precisa de perguntas retóricas?
20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.
21. Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação.
22. Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá-las-ei!"
23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.
24. Não abuse das exclamações! Nunca!!! O seu texto fica horrível!!!!!
25. Evite frases exageradamente longas pois estas dificultam a compreensão da idéia nelas contida e, por conterem mais que uma idéia central, o que nemsempre torna o seu conteúdo acessível, forçam, desta forma, o pobre leitor a separá-la nos seus diversos componentes de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas, evitando ao máximo cansar quem está lendo.
26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língúa portuguêza.
27. Seja incisivo e coerente, ou não.
28. Não fique escrevendo (nem falando) no gerúndio. Você vai estar deixando seu texto pobre e estar causando ambigüidade, com certeza você vai estar deixando o conteúdo esquisito, vai estar ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo. E como você vai estar lendo este texto, tenho certeza que você vai estar prestando atenção e vai estar repassando aos seus amigos, que vão estar entendendo e vão estar pensando em não estar falando desta maneira irritante.
29. Outra barbaridade que tu deves evitar chê, é usar muitas expressões que acabem por denunciar a região onde tu moras, carajo!... nada de mandar esse trem.. vixi... entendeu bichinho?
30. Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém irá agüentar já que é insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo sem parar.

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20070416

Flor

Diva, minha Divina,
Que resplandesce uma flor,
Se queres que assim te chame,
Te chamarei de amor!

Flor de rara beleza,
Gerada em uma quimera,
Em bosques de utopia,
Em eterna primavera.

Flor de rara beleza,
Que poreja encantamento,
Do Reino da Natureza,
Tu és meu doce tormento.

Diva, minha Divina,
Que resplandesce essa flor,
Eu quero assim chamar-te,
Te chamarei de amor!

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20070410

Bodas deCasamento

As pessoas se conhecem, se apaixonam, se comprometem, se entregam, se noivam e depois, quando a situação o permitir - o que pode demorar, cegonhamente, alguns meses; normalmente, alguns anos; ou, excepcionalmente, algumas décadas! - se casam, com a promessa feita no altar de, quaisquer que forem as circunstâncias futuras, viverem felizes para sempre até que a morte os separe.
Infelizmente nós bem sabemos que nem sempre é assim. Mas, quando isso acontece, à cada uma destas ocasiões especiais da vida do casal, para a comemoração de seu enlaçe matrimonial, há uma boda especial. No livro “O Guia dos Curiosos” (Marcelo Duarte - Cia das Letras), fiquei sabendo a relação oficial do “Guia das Bodas”. A lista é interessante. Confira:
01 ano : papel;
02 anos: algodão;
03 anos: couro;
04 anos: linho;
05 anos: madeira;
06 anos: ferro;
07 anos: lã;
08 anos: cobre;
09 anos: cerâmica;
10 anos: estanho;
11 anos: aço;
12 anos: seda;
13 anos: renda;
14 anos: marfim;
15 anos: cristal;
20 anos: porcelana;
25 anos: prata;
30 anos: pérola;
35 anos: coral;
40 anos: rubi;
45 anos: safira;
50 anos: ouro;
55 anos: esmeralda;
60 anos: brilhante;
75 anos: diamante.”
Quem é casado pode fazer as suas contas. A minha está quase porcelana e, mesmo sendo chinesa, não pode cair, senão....

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20070404

Poema de Amor (Pablo Neruda)

LXIX – TARDE


Talvez não ser é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando o meio-dia
como uma flor azul, sem que caminhes
mais tarde pela névoa e pelos tijolos,

sem essa luz que levas na mão
que talvez outros não verão dourada,
que talvez ninguém soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,

sem que sejas, enfim, sem que viesses
brusca, incitante, conhecer a minha vida,
rajada de roseira, trigo do vento,

e desde então sou porque tu és,
e desde então és, sou e somos,
e por amor serei, serás, seremos.

Fonte: Antologia Poética, Pablo Neruda (Cem Poemas de Amor)

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