Um amigo meu que é especialista e comerciante de arroz integral, apoiado em pesquisas da EMBRAPA me esclareceu que a importância e diferença entre o arroz branco, integral, vermelho e parbolizado, está unicamente no seu processo de beneficiamento.
O beneficiamento do tradicional arroz branco remove a casca, o pericarpo (película) e o gérmen de arroz, ou seja, a sua porção mais externa, onde se concentram os nutrientes, vitaminas, sais minerais, proteínas e as fibras, ficando apenas a sua porção mais interna (que é pobre em nutrientes e riquíssima em amido). A exigência do mercado consumidor baseia-se principalmente na aparência do grão, sendo que o aspecto nutritivo é sacrificado em favor da obtenção de grãos brancos e translúcidos, processo este, feito através de seu polimento.
O arroz integral é obtido pela retirada somente da casca, o gérmen e a película são mantidos, preservando-se assim sua composição de maior valor nutritivo. O arroz vermelho é uma variedade mais primitiva, que sempre se expressa no cultivo de qualquer tipo de arroz, principalmente em cultura irrigada. O arroz vermelho, se beneficiado, também fica branco e, se for mantido integral, permanece vermelho, preservando seus nutrientes, que são ricos em antioxidantes.
O arroz parbolizado é um arroz que foi autoclavado (submetido a pressão e vapor de água) com casca e depois resfriado, secado e processado normalmente, como o branco. Este processo é interessante porque os nutrientes da película são “empurrados” para o interior dos grãos. Comparando-o com o branco comum, ele é mais rico em nutrientes, mas, na relação com o integral, o parbolizado sai perdendo, pois no seu polimento ele perde suas fibras e o gérmen.
Outro fator importante a se destacar, segundo a medicina ortomolecular, é o fato de que nos trópicos, embora a agricultura seja mais produtiva devido a maior disponibilidade de luz, temperatura e água, os produtos agrícolas cultivados neste tipo de clima são um pouco mais pobres em minerais, porque o solo é mais lixiviado (lavado) pela enorme intensidade pluviométrica (de chuvas).
Nós, brasileiros, por fazermos esse tipo de cultivo, deveríamos dar preferência aos alimentos integrais, pois eles são mais ricos em nutrientes, vitaminas, sais minerais e fibras. O Dr. David Reuben, em seu livro “Dieta para salvar a vida”, de forma científica, enfatiza a necessidade de ingerirmos diariamente uma porção mínima de fibras (aproximadamente 30 gramas), para o bom funcionamento de nossos intestinos e diminuição do colesterol ruim (LDL) proveniente da ingestão de gordura animal, e, conseqüentemente, mantermos um organismo mais saudável e, portanto, menos propenso a acidentes vasculares.
Então, assim, porquê não trocarmos o tradicional arroz branco pelo arroz integral? Esta é uma decisão, não só pessoal, mas também familiar. Em minha casa quem prepara o cardápio do dia sou eu, e já procedo assim. Para quem acha o arroz integral muito mais caro que o comum, a minha saudosa mãe uma vez me sugeriu: “basta acrescer farelo de arroz ou trigo no cozimento do arroz branco que ele ficará igual ao integral”. Sei não se essa hipótese é boa, a menos que estejamos a fim de fazer um tradicional rizoto integral.
É isso aí moçada, avaliar a relação custo/benefício e pôr a mão na massa, digo, no preparo de seu arroz integral - que pode ser de vários tipos: cateto, agulhinha, selvagem, etc.. - (lavá-lo, secá-lo, temperá-lo, refogá-lo e cozinhá-lo na proporção 3x1 - três porções de água por uma e mandar bala, digo, fogo! Quanto ao arroz estamos quites, já o feijão e as demais leguminosas, por falta de espaço, fica para uma próxima ocasião.
Em tempo: bom apetite!