20060728

Poemetos

1- Fale comigo

Papo de anjo
Coisa de amigo
No dia de hoje
Isso bendigo
Ter essa graça
Falar contigo


2- Estar contigo

Papo de anjo
Coisa de amigo
Enamorado
Isso bendigo
Ter essa graça
D’estar contigo


3- Fique comigo?

.... e este, como ficaria?
Este fica pra vocêis!


4- Mar interior

Quanto maior for a forma
Mais fundo ao mundo se vai,
Ao fundo do mar profundo,
Transfundo deste meu ai!


5- Triste paradoxo

Cada um é cada um...

Ao que quiser,
Contente ele se apega;
Mas triste também desapega,
Daquilo que ele quer!



6- :) - ...

... :)-
...

7- The End? ...

20060726

Sempre alerta!

Na adolescência eu fui Guarda-Mirim, mas tenho muitos amigos que foram ou ainda são Escoteiros (Bobby Filho, quando tinha 7 anos chegou a ser apenas lobinho...). “Sempre alerta” e “Fazer o melhor possível” podem ser considerados os lemas principais do Escotismo, e, para quem ainda não a conhece, compartilho agora a íntegra da última mensagem que o general inglês Baden-Powell- criador do Escotismo -, legou à posteridade:

“Se vocês conhecem a história de Peter Pan, vão se lembrar que o Chefe dos Piratas sempre estava fazendo o seu último discurso, com medo de morrer sem ter tido tempo para dizer as suas últimas palavras.

O mesmo se passa comigo e, embora eu não esteja morrendo neste momento, isto irá acontecer qualquer dia destes; assim, desejo mandar a vocês umas palavras de despedida. Lembrem-se de que é a última coisa que ouvem de mim e, portanto, prestem bem atenção e meditem sobre isto.
Tive uma vida muito feliz e espero que cada um de vocês também a tenha. Acredito que Deus nos pôs neste mundo alegre para sermos felizes e gozarmos a vida. A felicidade não vem da riqueza e nem do sucesso profissional; muito menos da auto-indulgência. Um passo para a felicidade é tornar-se sadio e forte na juventude, para poder ser útil e aproveitar a vida na maturidade.
O estudo da Natureza lhes mostrará como Deus fez o mundo cheio de coisas belas e maravilhosas para serem desfrutadas por nós. Contentem-se com o que possuem. Vejam as coisas pelo lado bom e nunca pelo lado mau.
Mas a verdadeira maneira de alcançar a felicidade é proporcionando-a aos outros. Procurem sempre deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraram e, quando chegar a sua vez de morrer, poderão fazê-lo satisfeitos com o sentimento de que não desperdiçaram o seu tempo e que procuraram fazer o melhor possível. Deste modo, estejam sempre alerta para viverem e morrerem felizes. Mantenham-se sempre fiéis à Promessa Escoteira, mesmo quando tiverem deixado de serem meninos. E que Deus os ajude a procederem assim.
Do amigo, Baden-Powell.”
Essa lição de vida é um modelo exemplar para jovens e adultos de todas as épocas. Ela é um farol aceso no mar tempestuoso indicando, à nau de nossas vidas, a rota correta para um porto seguro. Estar sempre alerta, em auto-observação, e procurar sempre, com boas ações e boas intenções, e fazer o melhor possível também é a essência do autoconhecimento (“Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o segredo dos Deuses e do Universo” - frase atribuída a Thales de Mileto, e que supostamente estava escrita no Oráculo de Delfos), e também é uma luz que norteia, em todos os tempos e em todas as eras (saímos de Peixes e entramos em Aquário), o melhor caminho para a humanidade.

PS1- será que no ano chinês de gato o peixe vai para o aquário? (lembro que este ano chinês também é o do fogo! Então, será que o peixe vai para o prato? (i, sái, sãn, um, dois, três... feijão com arroz, peixe frito e pastel de... miáo-miáo);
PS2- "Era ou não roxa a barba de Barba-Roxa? Não me importo, não costumo remexer o pó das velharias.." (Maiakóvski);
PS3- Vexado, peço desculpas por inserir abobrinhas em um texto tão sério (deve ser irreverente rebeldia de cidadão em estado vegetariano!).

20060724

Sobre a influência da música no estudo

Embora o meu pensamento e a minha filosofia atual de vida sejam frutos exclusivos de um aprendizado autodidata, todo estudo acadêmico, da infância para frente, faz parte do preparo do homem para servir e sobreviver no mundo. E, para isso, se prepara melhor aquele que sabe utilizar sabiamente o tempo e os recursos disponíveis.

O homem é o que pensa. Assim devemos cuidar com muito carinho de nossos pensamentos. A mente tem a capacidade de atrair à atmosfera individual aquilo que pensa. Por esse motivo o pensamento negativo é altamente prejudicial ao indivíduo. Se você quiser triunfar na vida, nunca permita que sua mente sirva de guarida para pensamentos negativos e pessimistas.

Devemos pensar sempre positivo, mas também precisamos saber utilizar os pensamentos. Se nós vamos prestar o vestibular, de nada adianta nos preocupar com as provas e exames se eles irão acontecer amanhã. Devemos estar sempre preparados, mas com segurança, equilíbrio e consciência para vivermos o dia de hoje. O correto é viver o aqui e agora, concentrando-se em cada questão, sem se deixar levar pelo desespero. Em toda prova quotidiana ou estudo acadêmico devemos nos centrar primeiramente nas questões que temos a certeza de saber resolvê-las e deixar as mais difíceis para o final. Esse procedimento deve ser adotado em qualquer circunstância da vida, sempre mantendo o equilíbrio, a serenidade e a harmonia.

Quem estuda, deve evitar estudar em locais com muitos ruídos, em frente da tevê, ou com músicas inadequadas, pois nesses ambientes a consciência fica em estados alterados, prejudicando o aprendizado. A Musicoterapia é um importante auxiliar do estudo, da concentração, do sono e também nos ajuda a eliminar o estresse, nervosismo, depressão e estados destrutivos.

Parte deste texto está em “Sons para a Saúde e Bem-Estar” dedicado à “Música para Estudo e Concentração”, uma coletânea com CD's que certa vez eu comprei e gostei, de ler e ouvir, principalmente os "clássicos" de algumas obras de Mozart, Betthowen, Bach, Vivaldi e outros...

20060721

Sobre os diversos tipo de arroz

Um amigo meu que é especialista e comerciante de arroz integral, apoiado em pesquisas da EMBRAPA me esclareceu que a importância e diferença entre o arroz branco, integral, vermelho e parbolizado, está unicamente no seu processo de beneficiamento.
O beneficiamento do tradicional arroz branco remove a casca, o pericarpo (película) e o gérmen de arroz, ou seja, a sua porção mais externa, onde se concentram os nutrientes, vitaminas, sais minerais, proteínas e as fibras, ficando apenas a sua porção mais interna (que é pobre em nutrientes e riquíssima em amido). A exigência do mercado consumidor baseia-se principalmente na aparência do grão, sendo que o aspecto nutritivo é sacrificado em favor da obtenção de grãos brancos e translúcidos, processo este, feito através de seu polimento.
O arroz integral é obtido pela retirada somente da casca, o gérmen e a película são mantidos, preservando-se assim sua composição de maior valor nutritivo. O arroz vermelho é uma variedade mais primitiva, que sempre se expressa no cultivo de qualquer tipo de arroz, principalmente em cultura irrigada. O arroz vermelho, se beneficiado, também fica branco e, se for mantido integral, permanece vermelho, preservando seus nutrientes, que são ricos em antioxidantes.
O arroz parbolizado é um arroz que foi autoclavado (submetido a pressão e vapor de água) com casca e depois resfriado, secado e processado normalmente, como o branco. Este processo é interessante porque os nutrientes da película são “empurrados” para o interior dos grãos. Comparando-o com o branco comum, ele é mais rico em nutrientes, mas, na relação com o integral, o parbolizado sai perdendo, pois no seu polimento ele perde suas fibras e o gérmen.
Outro fator importante a se destacar, segundo a medicina ortomolecular, é o fato de que nos trópicos, embora a agricultura seja mais produtiva devido a maior disponibilidade de luz, temperatura e água, os produtos agrícolas cultivados neste tipo de clima são um pouco mais pobres em minerais, porque o solo é mais lixiviado (lavado) pela enorme intensidade pluviométrica (de chuvas).
Nós, brasileiros, por fazermos esse tipo de cultivo, deveríamos dar preferência aos alimentos integrais, pois eles são mais ricos em nutrientes, vitaminas, sais minerais e fibras. O Dr. David Reuben, em seu livro “Dieta para salvar a vida”, de forma científica, enfatiza a necessidade de ingerirmos diariamente uma porção mínima de fibras (aproximadamente 30 gramas), para o bom funcionamento de nossos intestinos e diminuição do colesterol ruim (LDL) proveniente da ingestão de gordura animal, e, conseqüentemente, mantermos um organismo mais saudável e, portanto, menos propenso a acidentes vasculares.
Então, assim, porquê não trocarmos o tradicional arroz branco pelo arroz integral? Esta é uma decisão, não só pessoal, mas também familiar. Em minha casa quem prepara o cardápio do dia sou eu, e já procedo assim. Para quem acha o arroz integral muito mais caro que o comum, a minha saudosa mãe uma vez me sugeriu: “basta acrescer farelo de arroz ou trigo no cozimento do arroz branco que ele ficará igual ao integral”. Sei não se essa hipótese é boa, a menos que estejamos a fim de fazer um tradicional rizoto integral.
É isso aí moçada, avaliar a relação custo/benefício e pôr a mão na massa, digo, no preparo de seu arroz integral - que pode ser de vários tipos: cateto, agulhinha, selvagem, etc.. - (lavá-lo, secá-lo, temperá-lo, refogá-lo e cozinhá-lo na proporção 3x1 - três porções de água por uma e mandar bala, digo, fogo! Quanto ao arroz estamos quites, já o feijão e as demais leguminosas, por falta de espaço, fica para uma próxima ocasião.
Em tempo: bom apetite!

20060711

Sobre a Árvore que Floresce no Inverno!

Os sinais eram inequívocos.Aquelas nuvens baixas e escuras... O vento soprava desde a véspera, arrancando das árvores folhas amarelas e vermelhas. Não queriam partir... O inverno... Ele estava chegando e chegaria, inexoravelmente. Era provável que nevasse, naquele mesmo dia. Viria então a tristeza, as árvores peladas, a vida fugindo para lugares mais quentes, os pássaros já ausentes, fugidos para outro clima e aquele longo sono da natureza, bonito de se ver e de se brincar quando cai a primeira nevada, mas que a passagem do tempo toma triste e monótono.
Resolvi passear, para dizer adeus às plantas que se preparavam para dormir e assim fui andando, encontrando‑as silenciosas e conformadas ante o inevitável, e algumas até me deram a impressão de estarem rezando. As rezas são boas para espantar o medo. Mas há certas rezas que são inúteis. Deus não abole o inverno, por mais fervorosa que seja a novena.
E foi então que me espantei ao ver um arbusto estranho. Se fosse um ser humano, certamente que o internariam num hospício, pois lhe faltava o senso da realidade, não sabia reconhecer os sinais do tempo. Lá estava ele, ignorando tudo, cheio de botões, alguns deles já abrindo, como se a primavera estivesse chegando. Não resisti e me aproveitando de que não houvesse ninguém por perto, comecei a conversar com ele e lhe perguntei se não percebia que o inverno estava chegando, que seus botões seriam queimados pela neve naquela tarde. Argumentei sobre a inutilidade daquilo tudo, um gesto tão fraco que não faria diferença alguma. Dentro em breve tudo estaria morto... E ele me falou, naquela linguagem que só as plantas entendem e eu entendi pois em mim mora um "bosque antiquíssimo, adormecido", coisa que Rilke me contou.
Disse‑me que o inverno de fora não lhe importava, porque o seu tempo era diferente, regido pelo ritmo das estações que moram dentro. Se era inverno do lado de fora, era primavera lá dentro dele, e seus botões eram um testemunho da teimosia da vida que se compraz em fazer o gesto do amor inútil.
As razões para isso? Puro prazer Ah! Há tantas canções inúteis, fracas para entortar o cano das armas, para engravidar as virgens, para ressuscitar os mortos. Pelos campos afora as pragas se alastram sufocando as espécies delicadas. A morte vai às brutas. Mas não tem importância: as canções continuarão a ser cantadas, pela primavera eterna que nelas mora. E há gestos de amor, os nomes que se escrevem nos troncos de árvores os olhares que se trocam sem palavras, árvores que são plantadas, mesmo sabendo que somente netos poderão se assentar à sua sombra, quartos arrumados para filhos já mortos, lugares vazios à espera do retomo, canções que se escrevem para ouvidos que não mais podem ouvir ‑ porque alguma coisa vai crescendo, por dentro, como se fosse um filho, melodia que se apossa do corpo e o obriga a dançar...
Agradeci àquele arbusto silencioso o seu gesto poético. Não é que ele não soubesse... Ele sabia que o vôo dos pássaros estava cheio de medo. Ele sabia que a beleza das folhas amarelas e vermelhas das árvores era Uma canção de despedida.
Realistas: OOooooO inverno se aproximava.
Mas aquele arbusto vivia num outro mundo, num outro tempo. Era um poeta, criança sonhadora, uma pitada de loucura em cada botão. Senti-me seu irmão. E silenciosamente rezei : "Que eu também possa florescer no inverno". E me lembrei de uma frase de Camus, que está num pôster que alguém me levou: "No meio do inverno eu finalmente aprendi que havia dentro de mim um verão invencível.
PS- Este texto foi uma gentileza que recebi da Irmã Eugênia (Franciscana). Não sabemos de quem é o texto mais já rolou pela Internet há algum tempo (uns seis anos, acho, que foi qdo o recebi).