20061130

Kung-Fu

Ele atravessou as grandes montanhas e caminhou milhas e milhas no deserto árido, encontrando trabalho aqui e ali, antes de prosseguir em sua jornada. Ele enfrentou muitas pessoas que queriam linchá-lo, confrontou racistas, esquivou-se de caçadores ávidos pela recompensa de U$ 10 mil oferecida por sua cabeça. Essa foi a busca incansável de Kwai Chang Caine (David Carradine) por seu meio-irmão Danny. Finalmente ele o encontra e, quando isso acontece, Danny pretende matá-lo. Essa é a história e jornada do herói mais incomum que o Velho Oeste conheceu.

20061129

Gafanhoto

Gafanhoto, louva-a-Deus.
Deus se expressa pelo Mestre,
Então, por quê não?
Gafanhoto louva o Mestre!

20061124

A chama do coração

Essa chama que aquece
E como brasa incandesce
Em seu brilho e calor,
Essa flor de mil pétalas,
Essa lótus que reluz,
Ela chama-se amor!

20061123

Meu canto

Num canto eu canto
Em conto meu canto.
Meu conto é um encanto
E meu encanto é te ter.
Meu conto é minha vida
E minha vida é você.
Se seu conto é igual,
Com o mesmo encanto
Brade alto o seu canto,
Não me deixe morrer.

20061122

Sobre o Corpo do homem

O corpo é uma coisa que me interessa muito, principalmente o meu, que é o único que tenho: "Não existe senão um só templo no Universo, e este é o Corpo do homem" (Novalis). Segundo afirmava Whilhelm Reich, "o corpo é o insconsciente do visível". Prefaciando o livro "O Corpo e seus símbolos" (Ed. Vozes), de Jean-Yves Lelup, Roberto Crema diz: "o corpo é nosso texto mais concreto, nossa mensagem primordial, a escritura de argila que somos. É também o seu templo onde os outros corpos abrigam." E complementa: "A pele é a ponte mais sensível do contato com o mundo e pode também ser o abismo. É o nosso órgão mais extenso, é o nosso código mais intenso, um lar de profundas memórias. O corpo sente, toca, fala, comunga...; Hoje sabemos o quanto nos desviou da saúde integral a concepção moderna que dissociou o corpo da alma e do espírito. Perdemos a coesão e a congruência; mais do que isso, também a transparência. A fragmentação epistemológica também refletiu no indivíduo e na sociedade, separando o organismo do meio ambiente, enfatizando as fronteiras e os conflitos. Alienação diabólica, já que diablos é o que divide e, por outro lado, Divino é o que vincula, unifica e restaura a inteireza vital.".
Eis aqui um exemplo do mestre Alberto Caeiro (heterônimo do magistral Fernando Pessoa), em versos parciais do grandioso poema "O Guardador de Rebanhos": "(...) O meu olhar é nítido como um girassol./ Tenho o costume de andar pelas estradas/ Olhando para a direita e para a esquerda/ E de vez em quando olhando para trás.../ E eu sei dar por isso muito bem.../ Que tem uma criança se, ao nascer,/ Reparasse que nascera deveras.../ Sinto-me nascido a cada momento/ Para a eterna novidade do mundo...".
Segundo Roberto Crema, "fomos modelados para a especialização." Só que esquecemos que "o especialista fechado é aquele que perdeu o olhar aberto, simples e natural. É alguém com a nuca rígida, que se considera onisciente, sem a flexibilidade de olhar para todos os lados, para cima, para baixo e para trás. É alguém com uma viseira, cujos cacoetes adquiriram status. Neste olhar estreito e diminuto, o inusitado nos escapa. Perdemos o deslumbramento, o espanto essencial. No caminho viciado e repetitivo, a estagnação assassina o milagre de servir. escapa-nos o poder inocente do arquétipo da Criança Divina. Na tumba do conhecido, nela padecemos, já não mais renascendo para a eterna novidade do mundo.".
Olhar para a realidade através de todas as suas possibildiades, utilizando todos os nossos sentidos e capacidades, sem confusão e oposição, sem nada negar ou idolatrar, esta é a verdadeira visão holística, onde tudo pode entrar, inovar e renovar, sem restrições de qualquer espécie. Somente assim, revigorados na dança do todo, é que podemos evoluir do "cacoete" disciplinar da visão fechada para o "samba" da multiplicidade da visão aberta.
Neste seu livro, Jean-Yves Leloup convida-nos a resgatar toda a flexibilidade de nossas articulações, do corpo às psíquicas, numa jornada consciencial, da ponta dos pés à ponta da cabeça, numa ampla escuta do mais simples ao essencial, e entender mais concretamente o que é este nosso corpo, de homem, que é "o seu próprio livro de estudo, onde, basta ir virando as páginas, até encontrar o seu autor!".

20061121

Vendendo o peixe!

Sempre guiei os meus passos no caminho do bem, lavrando o solo fértil, fazendo o plantio, anelando a força criadora, esperando, e, depois, obviamente, colhendo o verdadeiro fruto dourado da alquimia celestial.
Esta pequena introdução é pertinente, pois, no dia 11 de Julho de 2000, às 21 horas, no teatro do Centro Cultural “Roberto Palmari”, aconteceu o lançamento do primeiro CD de minha amiga Mônica Marina, intitulado “Uma Voz na Noite”, com a realização de grande show beneficente. A entrada foi franqueada em 1 Kg de alimento que foram entregues ao “Nosso Lar” e “Rede Feminina de Combate ao Câncer”. O CD contêm 12 músicas: 4 inéditas (“O inverno, eu e você”, “Tempo de Mudar”, “Para Sempre” e “Ziguezagueando”) e 8 regravações de sucessos da MPB (“O Bêbado e a Equilibrista”, “As Rosas não Falam”, “Ovelha Negra”, “Como nossos Pais”, “Você Abusou”, “Gostoso Demais”, “Bem que se Quis”, e “Andança”).
Sua produção foi do Fernando Gonçalves, profissional - músico e maestro - extremamente competente, que reuniu nesse trabalho músicos com larga experiência no acompanhamento de artistas de renome nacional. Também participam do CD os músicos rio-clarenses Aquiles Faneco (guitarra) e Luciano B. Filho (teclados), e Emílio Martins (percussão), de São Carlos. As composições inéditas são de Fernando & Mônica, Adão Gonçalves (pai do Fernando), PB (que hoje deve estar batalhando seu CD "Panela de Barro" e outras músicas, no Rio de Janeiro) e este escriba (que colaborou em duas das letras inéditas).
Este CD teve apenas 2000 cópias e foi produzido a título de divulgação. Sua produção foi séria e competente, do Fernando, dos colaboradores, dos patrocinadores; e do carisma e talento de Mônica Marina, em sua notável interpretação. Na ocasião, para Mônica Marina dediquei estes versos num dos cartazes de divulgação desse CD: Estrela// De uma estrela do céu/ Uma centelha de luz, peregrina,/ Ao solo da Terra desceu/ E, estrela na noite,/ Fez-se Mônica Marina,/ Centelha de luz que cresceu!
Naquele dia eu recebi flores, o teatro esteve lotado, foi um show e tanto, a carreira artística e musical deles dois continua ativa, de vento em popa, agora separados, mas, enfim, é a vida ... e nem me parece que já se passaram mais de seis anos, pois hoje esse tema me veio à lembrança.

20061120

Dia da consciência negra

Hoje me convém relembrar o épico poema “Navio Negreiro”, do magistral poeta Castro Alves:

“É num sonho dantesco, tombadilho/ Tinir de ferros, estalar do açoite/ Legiões de homens negros como a noite/ Horrendos a dançar/ Negras mulheres/ Levantando as tetas/ Magras crianças/ Cujas bocas pretas/ Regam o sangue das mães/ Outras moças/ Mas nuas, assustadas/ No turbilhão de espectros arrastadas/ Em ânsia e mágoa vãs/ Um ar de raiva delira/ Outro enlouquece/ Outro que de martírios embrutece/ Chora e dança ali/ Senhor Deus dos desgraçados/ Dizei-me vós/ Senhor Deus/ Se é loucura, se é verdade tanto horror/ Perante os céus/ Quem são esses desgraçados/ Que não encontram em vós/ Mais que o rir calmo da turba/ Dizei-o tu severa musa/ Musa libérrima audaz/ São os filhos do deserto/ Onde a terra esposa a luz/ Onde voa em campo aberto/ A tribo de homens nus/ São os guerreiros ousados/ Que com os tigres mosqueados/ Combatem na solidão/ Homens simples, fortes, bravos/ Hoje míseros escravos/ Sem ar, sem luz, sem razão/ Lá nas areias infindas das palmeiras no país/ Nasceram crianças lindas/ Viveram moças gentis/ Passam um dia a caravana/ Quando a virgem na cabana/ Cisma da noite nos véus/ Adeus oxossa do monte/ Adeus palmeira da fonte/ Adeus amores/ Adeus/ Senhor Deus dos desgraçados/ Dizei-me vós Senhor Deus/ Se é loucura, se é verdade tanto horror/ Perante os céus/ Óh mar porque não apagas de tuas vagas/ De teu manto este borrão/ Astros, noites, tempestade/ Rolai das imensidades/ Varrei os mares tufão/ Existe um povo/ Que a bandeira empresta/ Para cobrir tanta infâmia e covardia/ Que deixa transformar-se nesta festa/ Em manto impuro de bacante fria/ Meu Deus, meu Deus/ Mas que bandeira é essa/ Que impudente na gávea tripudia/ Auriverde pendão da minha terra/ Que a brisa do Brasil beija e balança/ Antes te houvessem roto na batalha/ Que servires a um povo de mortalha/ Mas a infâmia é demais/ Da etérea plaga/ Levantai-vos, heróis do novo mundo/ Andrada arranca este pendão dos ares/ Colombo fecha a porta de teus mares!”

20061117

Cleide

Qual é mesmo o nome dela?
Clarabela, Isabella, Florisbela?...
Não, pelo sim ou pelo não,
Então, qual seu nome seria: Maria?
Isso, isso, isso...
Maria Cleidemar!
Mas todos a chamam de Cleide!


PS- Cleide é minha cunhada. Ela irá ganhar bebê no início de janeiro - um menino: nós, os "Rosa" somos fortes nessa arte! - Ele vai se chamar Arnaldo Jr. Este meu irmão é o caçula, e temporão – temos um interstício de 15 anos - mas, na aparência, é quase um xerox rejuvenescido, apesar de ter alguns defeitos: aquele barrigão já maior que o dela, e tbm ser são-paulino!

20061116

Doce duro de roer

Qual é o doce que é mais doce?
O doce de batata doce?
Não, esse doce em sua doçura,
Assim como a vida é dura,
Esse doce é a rapadura.
Mas quem sabe derretendo
Vire um mel, amado!




PS- Se esse doce - apesar de duro - estiver no caldeirão de meu coração, com o calor de minha chama interior, hei de derretê-lo e torná-lo um mel; mas se isso não se der é porque essa ditadura é de ferro e, apesar da paciência, assim, não há dentadura que agüente; melhor será continuar roendo as unhas e salvaguardando os dentes.

20061114

Nada acontece por acaso

"Respeitar Deus é respeitar os princípios da natureza;
respeitar a vida é respeitar suas regras.
Isso é a lei de causa e efeito."


Fonte: Causa e Efeito, Sim Soon Hock, Associação Ad Lumen de Filosofia Oriental, Jundiaí - SP.

20061113

Hoje ainda é segunda-feira!

Que novidade, heim!?
Será que quando ela "apareceu" já era assim cinzenta e modorrenta?
Ou será eu que, nesse dia, quase sempre estou assim?
Há que se investigar isso melhor!
Pelo menos ela já andou um bom bocado,
Mas ainda há muito o que fazer no seu último quarto.
A sina é que no seu próximo compasso
Ela virá novamente
Nesse seu mesmo passo!
E haja paciência...

20061110

O coelho e as cenouras

Um coelho entrou numa loja e perguntou para o dono:
- Você tem cenouras?
O dono da loja respondeu:
- Não, aqui não vendemos cenouras!
O coelho então saiu. Depois de cinco minutos ele voltou e perguntou:
- Você tem cenouras?
O dono respondeu novamente:
- Não, eu já disse que não vendemos cenouras!
O coelho saiu, mas depois de cinco minutos ele voltou novamente e perguntou:
- Você tem cenouras?
O dono da loja ficou muito irritado e disse:
- Não, e se voltar a pedir cenouras novamente eu corto as suas orelhas!
O coelho foi embora, mas voltou depois de cinco minutos. O dono da loja vendo ele entrar já estava se preparando para a briga, quando este perguntou:
- Você tem tesouras?
Surpreso, o dono da loja respondeu:
- Não, aqui não temos tesouras!
Daí, não havendo tesouras na loja, o coelho perguntou novamente:
- E cenouras, você tem?

Moral: a partir de nossas identificações e condicionamentos, comumente nós reagimos com mecanicidade (quase sempre da mesma forma) às situações cotidianas. E você aí, também gosta de cenouras? Dizem que tem betacaroteno...

20061107

Fulano

Beltrano e Sicrano que me perdoem, mas acredito que não exista na face da terra pessoa mais conhecida do que Fulano, senão ele não teria ganho todas as apostas que fez com aqueles que ousaram duvidar dessa sua popularidade.
Tudo começou quando um certo Sujeito ofereceu um cafezinho para Fulano. Este recusou-o, pois tinha acabado de tomar um com o prefeito da cidade. O Sujeito duvidou. Apostaram e voltaram juntos ao Paço Municipal. Enquanto Fulano era recebido pelo alcaide o Sujeito deu no pé e sumiu do mapa.
Já o Outro também mangou de Fulano, duvidando que ele conhecesse um atual governador. A aposta foi a mesma e, enquanto Fulano degustava a contragosto um pãozinho de queijo(pois queria mesmo era comer uma rosquinha!), preparado pelo próprio estadista, o Outro, que não era bobo nem nada, também escafedeu-se de mansinho e fugiu para a Argentina.
O Terceiro também duvidou de Fulano. A aposta ...; O Álvaro, digo, o alvo seria agora um Presidente. Não o nosso, por causa de sua atual popularidade, mas o norte-americano. Fulano também teria que tomar um whisky cowboy com o George Jr. Enquanto Fulano sorria pela dupla vitória, o Terceiro já havia se asilado na Embaixada de Cuba (do México, é claro!).
O último a duvidar da popularidade de Fulano foi aquele Cara que hoje está no Nepal, disfarçado de monge budista e protegido pela bata do Dalai Lama, pois não acreditou que o Fulano conhecesse o Papa. O Cara se deu mal quando foram à Roma, pois o Papa interrompeu a missa pública especialmente para receber Fulano e contar-lhe ao pé-do-ouvido aquele último segredo do Vaticano. Enquanto isso acontecia, estupefato, o Cara exclamou para o turista japonês que estava ao seu lado: “Não é que ele conhece todo mundo mesmo!” E o turista respondeu-lhe: “Quem? O de bonézinho eu não sei quem é, mas o que está do lado dele é o Fulano!”

20061106

A história da borboleta

Esta história é figurinha conhecida, mas não me custa nada repeti-la:
"Um dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo. Um homem sentou-se e passou a observar a borboleta que, por várias horas, se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco. Então, em certo momento, pareceu que ela parou de fazer qualquer progresso, parecia que ela tinha ido o mais longe que podia e não conseguia mais continuar nessa sua missão de deixar o seu casulo.
Então o homem deciciu ajudar a borboleta. Ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então saiu facilmente, mas seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha as asas amassadas, atrofiadas. O homem então continuou a observar porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo, que iria se afirmar a tempo. Nada aconteceu. Na verdade, a borboleta passou o resto de seus dias rastejando com um corpo murcho e as asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar. O que o homem, em sua gentileza, em sua vontade de ajudar, não compreendia, era que o casulo apertado e o esforço necessário para a borboleta passar através de sua pequena abertura, era o modo com que a natureza agia para que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de modo que ela estaria pronta para voar, uma vez que estivesse livre do casulo."
Moral: algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossas vidas. Se Deus nos permitisse passar através dela sem quaisquer obstáculos, Ele nos deixaria aleijados. Nós não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido. Nós nunca poderíamos voar!