Sobre paráfrases e pára-choques
A forma mais simples de perpetuar um pensamento é expressá-lo em uma frase curta, clara, concisa e objetiva, e depois passá-lo para frente da melhor forma possível. Obviamente essa mensagem deve sintetizar a essência daquilo que queira ser dito. O grande filão da arte que expressa anonimamente o pensamento popular são as frases escritas nos pára-choques dos caminhões. Essas frases não só nos divertem como também, muitas vezes, nos levam às mais diversas e profundas reflexões filosóficas.
Comumente no trânsito quase sempre deparamos com uma, principalmente quando o veículo que estiver à nossa frente for um caminhão. Há também quem as anote e depois as reúna em publicações escritas ou digitalizadas, e as divulgue por aí, em revistas, livretos e os diversos canais de comunicações cibernéticos e virtuais da NET.
Para exemplificar o que estou dizendo, vou contar aqui uma piada: Um caminhoneiro teimoso havia escrito no pára-choque do seu caminhão: "Não carrego mulher da vida, nem policial.' Ao passar pelo posto rodoviário, o patrulheiro mal humorado leu a frase, parou o caminhão, e disse: "Nesta você passa, mas na próxima eu quero ver isso daí apagado, senão o seu caminhão vai ser retido." Na semana seguinte o caminhoneiro passou novamente pelo posto desse mesmo guarda que, diligentemente, foi conferir a ordem dada. No pára-choque do caminhão agora estava escrito: "Apaguei, mas não carrego!".
Não por acaso, um amigo meu que é motorista profissional me deu um livreto chamado Revista das Estradas, recheado dessas frases. Selecionei abaixo as que considerei mais interessantes. Ei-las: "Não me acompanhe que não sou novela; Casamento é uma soma de afetos, uma subtração de liberdades; uma multiplicação de problemas e uma divisão de bens; Não dirijo dormindo para não deixar chorando quem me espera sorrindo; Não sou dono do mundo, mas sou filho do dono; Mãe, tenha distância; Dinheiro não traz felicidade, mas acalma os nervos; Mais vale um cachorro amigo do que um amigo cachorro; Baixinho só anda em trajes menores; Amigo do sol e amante da lua; Saiba ir para poder voltar; Ser esquerda é fácil, o duro é ser direita; Voando sem asa com saudade de casa; Motorista irritado, perigo dobrado; A calúnia é como carvão, quando não queima suja; Da traição nem Cristo se livrou; Se Deus é teu pai, eis aqui o teu irmão; Muitos me seguem, mas só um me acompanha; Quatro pneus cheios e um coração vazio; Não julgue o livro pela capa, nem a mulher pelo sorriso; O casamento é eterno, mas a paciência não; Pensando naquilo!".
Pensando nisso, ou naquilo, é melhor parar por aqui, pois, como há milênios já disse o grande orador Cícero: "Paciência têm limites, Catilina...".
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