20061026

"O sonho de Svetlana"

Desde pequena Svetlana só tinha um desejo e paixão: dançar e sonhar em
ser uma "Gran Ballerina do Bolshoi". Seus pais haviam desistido de lhe
exigir empenho em qualquer outra atividade, uma vez que ela somente se
dedicava a dançar e dançar. Os rapazes já haviam se resignado: o
coração de Svetlana tinha lugar somente para essa paixão e tudo o mais
ela sacrificava pelo desejo do dia em que se tornaria bailarina do
Bolshoi.Um dia, Svetlana teve a sua grande chance. Conseguira um audiência com
Sergei Davidovitich, "Ballet Master do Bolshoi", que estava
selecionando aspirantes para essa Companhia de Dança. Nesse teste,
Svetlana dançou como se fosse seu último dia na terra. Colocou tudo que
sentia, aprendera e praticara em cada movimento de sua dança, como se
uma vida inteira pudesse ser contada em um único compasso.Ao final, aproximou-se do Master e lhe perguntou: "Então, o senhor acha
que posso me tornar uma 'Gran Baillarina'?" Na longa viagem de volta à
sua aldeia, Svetlana, em meio às lágrimas, imaginou que nunca mais
aquele "NÃO" deixaria de reverberar em sua mente. Meses se passaram até
que ela pudesse novalmente calçar uma sapatilha, ou fazer um
alongamento em frente ao espelho. Dez anos mais tarde, Svetlana, já estimada professora de ballet, criou
coragem de ir à uma perfomarce anual do Bolshoi, que ocorreria em sua
região. Sentou-se bem à frente e notou que o Sr. Davidovitich ainda era
o "Ballet Master". Após o concerto, aproximou-se do cavalheiro e lhe
contou o quanto ela queria ter sido bailarina do Bolshoi e quanto lhe
doera, anos atrás, ouvir-lhe dizer que não seria capaz."Mas, minha filha, eu digo isso à todas as aspirantes!", respondeu o Sr
Davidovitich. Ela, ainda inconformada, tentou justificar-lhe: "Como o
senhor poderia cometer uma injustiça dessas? Eu dediquei toda a minha
vida à dança! Todos diziam que eu tinha o dom! Eu poderia ter sido uma
'Gran Baillarina' se não fosse o descaso com que o senhor me avaliou!
"Havia solidariedade e compreensão na voz do "Master", mas ele não
hesitou em responder: "Perdoe-me, minha filha, mas você nunca poderia
ter sido grande o suficiente, se foi capaz de abandonar o seu sonho
pela opinião de outra pessoa."
Moral: somente a própria pessoa conhece o seu mundo interior e o seus
ideais;isso gera insegurança, pois é um processo solitário, individual;
portanto, somente ela pode enfrentar tudo aquilo que lhe possa
interferir no trajeto e o no destino de sua vida; . Mesmo hoje em dia,
quando tudo é resolvido por "alguém', ou "em grupo", nós temos a
oportunidade de encontrar a nossa própria força interior.

5 Comments:

Blogger Nil Borba said...

Olá, Alvaro!

Eu não conhecia seu blog e nem esse texto, mas adorei ambos e estou levando parte dele para meu flog..ok?

Beijos e boa noite

8:15 PM  
Anonymous Anonymous said...

Eu vi o Bolshoi. Não só cá, como lá!

Deve ser mesmo mais fácil ganhar na loteria do que pegar uma daquelas vagas de dançarino/a.

Excelente a escolha para essa metáfora Álvaro.

Abraços bailantes.

10:32 PM  
Anonymous Anonymous said...

, encontrar a força interior. procurá-la e aceitá-la, as vezes é difícil também...
|abraços meus|

7:51 AM  
Anonymous Anonymous said...

essa solidão de conhecimento, essa busca para se auto encontrar é pesada, lenta, doída...mas com força e garra conseguimos realizar nosso sonho.
Foi isso? acho que hoje não estou bem...perdoa
Linda semana querido
beijossssssssssssss

11:38 AM  
Anonymous Anonymous said...

de decepção, diria...
beijossssssss

2:21 PM  

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