20061016

Maktub

Essa expressão do fatalismo muçulmano significa estava escrito, tinha que acontecer. Maktub é apenas uma fórmula clássica por meio do qual o crente reafirma que seu espírito se acha plenamente conformado com os desígnios insondáveis da vontade de Deus! “Maktub!” também é um dos livros mais famosos de Malba Tahan, onde ele nos narra deliciosas histórias, como esta que transcrevo abaixo (“O príncipe e o filósofo”):

“O PRÍNCIPE Hi-Chang-Li era vaidoso e fútil. Um dia, ao regressar de um passeio em companhia de vários amigos, encontrou Confúcio. O venerável filósofo, sentado na laje de um poço, meditava tranqüilo.
- Eis uma oportunidade feliz- declarou o príncipe. - Consultemos esse famoso pensador sobre as dúvidas que nos ocorreram durante a excursão.
Um dos mandarins aproximou-se de Confúcio e interrogou-o:
- Em que consiste, ó esclarecido filósofo!, a verdadeira caridade?
- Em amar os homens! - foi a resposta.
- E a ciência?
- Em conhecer os homens!
- E o erro?
- Em confiar nos homens!
- E qual a arte mais difícil?
- Governar os homens!
Ao ouvir aquelas respostas, disse o príncipe em voz baixa ao mandarim:
- Noto que o velho retórico insiste em formular as respostas da mesma forma, relacionando-as, invariavelmente, com os homens. Irrita-me essa preocupação maníaca. Pretende, com certeza, divertir-se à vossa custa. É preciso interrogá-lo de modo que ele se veja obrigado a modificar o estribilho.
- Nada mais simples- rosnou entre os dentes o mandarim.
- Podes dizer-me, ó eloqüente filósofo!, quantas estrelas há no Céu?
- São tantas- respondeu o mestre - quantos os pecados, erros, defeitos e impertinências dos homens!
E depois de proferir tais palavras, levantou-se vagaroso e afastou-se dos indejesáveis argüidores.”
O que há de acontecer, acontecerá, a seu devido tempo: será que é isso mesmo, ou o nosso destino pode ser modificado? Essa questão, com certeza, Confúcio responderia. Mas, e hoje, como é que fica?
????

5 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Bom, mas acho que prefiro "O homem que calculava" de Malba Tahan.

Abracos calculistas.

10:20 AM  
Anonymous Anonymous said...

Hoje como é que fica?
Do mesmo jeito que ficava antes...
Maktub querido Álvaro..
lindo e feliz dia
beijossssssssss

1:19 PM  
Anonymous Anonymous said...

Ali Iezid Izz-Edin Ibn Salim Malba Tahan? Tem certeza, Álvaro? Não deveria haver o Ben (filho) assim como já está o Ibn (neto)?

O pessoal costuma se chamar, por exemplo (só exemplo!) "Ali Babah filho de Mustafah Maluf neto de Kamelei Nalojah". Ou estou errado, só pra variar?

Mas independentemente de morfologia arábica, sou fã do Mestre que se ocultou sob a capa esvoaçante de Malba Tahan.

2:35 PM  
Anonymous Anonymous said...

, uma grande questão a ser desvendada. mas creio que tudo tem seu tempo...
|abraços meus|

8:35 PM  
Blogger Renan said...

Uai, tá faltando alguma parte do conto? O último parágrafo simplesmente está super descontextualizado, na minha opinião. O que que a história tão interessante tem a ver com esse desfecho estranho?

10:12 AM  

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