20060817

Hãn, Hãn-hãn e Etecéteras...

O “hãn-hãn” é moda corrente, principalmente entre as mulheres e os adolescentes. Mas com os homens adultos essa história é bem diferente, pois o que predomina mesmo em nós é o “hãn” e o “hun-hun”.
- Querido, vamos “passear” no Shopping?
- Hãn?
- Passear no Shopping!
- Hun-hun!
Isso traz vantagens financeiras para o bolso e para o lar, mas, por outro lado, também proporciona ao marido um grande “atraso” no recebimento de certos benefícios, que poderão durar dias e mais dias, ou mesmo semanas (e isso os homens sabem muito bem do que estou falando ...).
- Benzinho, amorzinho, queridinha do papai, que tal um carinhosinho bem gostosinho aqui debaixo do ededron?
- ... (ignorando)
- AH É! – o “Ah é” também faz parte dessa família.
O Bobby, meu Filho, têm 15 anos, e além de seu impagável desempenho acadêmico, que está bem acima de todas as nossas expectativas, também, de longa data, é um fervoroso adepto destes novos termos de nossa linguagem moderna.
Sempre que lhe pergunto coisas de seu cotidiano ele costuma respondê-las com o freqüente uso destas figuras, prática esta que já é corriqueira no dia-a-dia das pessoas. Em minha casa quem cozinha sou eu, e, por isso, também tenho a vaidade de procurar sempre averiguar a qualidade de meus pratos.
- Bobby Filho!
- Hãn?
- Gostou da salada de jiló?
- Hun-hun!
- E da de quiabo, que puxei na manteiga?
- Hãn-hãn!
O curioso é que ele gosta de quiabo, mas não gosta de jiló (e, por tabela, nem mesmo de berinjela!).
- Bobby Filho!
- Hãn?
- Berinjela é “g” ou com “j”?
- Ah, pai, você já sabe! – O “Ah”, irmão do “Ah é” também é da família.
- .... (pensando)
- E caldo frio de tomate, cenoura, pepino, cebola, pimentão, cheiro verde, manjericão, batidos no liquidificador com um pouco de água, e temperados com sal, pimenta, azeite, limão ou aceto balsâmico, o que é então?
- Pai, isso não é gaspacho!?
- É! – o “É” é da família dos pais.
- ... (encurralado...por favor ignorem a cacofonia...)
- Ê aí, Bobby Filho, você gosta de gaspacho? (o “Ê aí”, ah, e também este..., deixa pra lá que isso já está me enchendo o s...)
- Hãn-hãn!
- E você gosta mais de gaspacho ou do purê de tomates que seu pai faz?
- Do purê, obviamente!
- Ãhnnnn... – Este “Ãhn” centopéico é sinal de reflexão e não de espanto, pois este Bobby Pai sempre sabe do que Bobby Filho gosta mais de comer, ri-ri-ri...
Moral da história: eu descobri que para tirar o Bobby Filho dessa sua indiferente linguagem moderna, tenho apenas que lhe fazer perguntas interativas e esperar o feed-back, senão eu danço!
É isso aí, moçada, vivendo e aprendendo...

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Hãn?[usado também por mim quando não entendo muito bem o que leio]
rssss[demonstração de riso ao escrever já que falando eu rio assim:rssssss]
Eca![demonstração de não gostar de purê de tomates]
hunrum[uso muito para concordar que vc é um excelente mestre cuca]
putzzzz[tambem bem empregado para dar impressão de espanto, tipo assim: putzzzzz,é você quem cozinha?legal]
Uau![a Sonia que é feliz longe do fogão]
Finalmente você achou o modo de dialogar com Bobby Filho que espertinho prefere falar em dialeto monossilábico,né?
Obrigada pelo carinho Álvaro, suas palavras me envaidecem.
lindo dia
beijosssssssssss

12:06 PM  
Anonymous Anonymous said...

Giló com quiabo? Xô! Xuxú com Berinjela? Blargh! Que comidínha "maneira" é essa a sua, sô?

No mais, use com o pessoal dos "hã" a técnica das perguntas de comprometimento. Tenho certeza que você domina o assunto, não é?

Quanto ao "Ah, é?", só tem uma saída: mete a mão no bolso que não existe outra solução, meu caro amigo, hehehhe.

Abraços.

12:08 PM  
Anonymous Anonymous said...

"Tenho certeza que você domina o assunto, não é?". Com essa pergunta "de comprometimento" induzi vc. à reação, forçando o diálogo. É por aí, Gafanhoto.

:)

Grande abraço e parabéns pela linda família.

1:48 PM  

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