Hãn, Hãn-hãn e Etecéteras...
O “hãn-hãn” é moda corrente, principalmente entre as mulheres e os adolescentes. Mas com os homens adultos essa história é bem diferente, pois o que predomina mesmo em nós é o “hãn” e o “hun-hun”.
- Querido, vamos “passear” no Shopping?
- Hãn?
- Passear no Shopping!
- Hun-hun!
Isso traz vantagens financeiras para o bolso e para o lar, mas, por outro lado, também proporciona ao marido um grande “atraso” no recebimento de certos benefícios, que poderão durar dias e mais dias, ou mesmo semanas (e isso os homens sabem muito bem do que estou falando ...).
- Benzinho, amorzinho, queridinha do papai, que tal um carinhosinho bem gostosinho aqui debaixo do ededron?
- ... (ignorando)
- AH É! – o “Ah é” também faz parte dessa família.
O Bobby, meu Filho, têm 15 anos, e além de seu impagável desempenho acadêmico, que está bem acima de todas as nossas expectativas, também, de longa data, é um fervoroso adepto destes novos termos de nossa linguagem moderna.
Sempre que lhe pergunto coisas de seu cotidiano ele costuma respondê-las com o freqüente uso destas figuras, prática esta que já é corriqueira no dia-a-dia das pessoas. Em minha casa quem cozinha sou eu, e, por isso, também tenho a vaidade de procurar sempre averiguar a qualidade de meus pratos.
- Bobby Filho!
- Hãn?
- Gostou da salada de jiló?
- Hun-hun!
- E da de quiabo, que puxei na manteiga?
- Hãn-hãn!
O curioso é que ele gosta de quiabo, mas não gosta de jiló (e, por tabela, nem mesmo de berinjela!).
- Bobby Filho!
- Hãn?
- Berinjela é “g” ou com “j”?
- Ah, pai, você já sabe! – O “Ah”, irmão do “Ah é” também é da família.
- .... (pensando)
- E caldo frio de tomate, cenoura, pepino, cebola, pimentão, cheiro verde, manjericão, batidos no liquidificador com um pouco de água, e temperados com sal, pimenta, azeite, limão ou aceto balsâmico, o que é então?
- Pai, isso não é gaspacho!?
- É! – o “É” é da família dos pais.
- ... (encurralado...por favor ignorem a cacofonia...)
- Ê aí, Bobby Filho, você gosta de gaspacho? (o “Ê aí”, ah, e também este..., deixa pra lá que isso já está me enchendo o s...)
- Hãn-hãn!
- E você gosta mais de gaspacho ou do purê de tomates que seu pai faz?
- Do purê, obviamente!
- Ãhnnnn... – Este “Ãhn” centopéico é sinal de reflexão e não de espanto, pois este Bobby Pai sempre sabe do que Bobby Filho gosta mais de comer, ri-ri-ri...
Moral da história: eu descobri que para tirar o Bobby Filho dessa sua indiferente linguagem moderna, tenho apenas que lhe fazer perguntas interativas e esperar o feed-back, senão eu danço!
É isso aí, moçada, vivendo e aprendendo...
- Querido, vamos “passear” no Shopping?
- Hãn?
- Passear no Shopping!
- Hun-hun!
Isso traz vantagens financeiras para o bolso e para o lar, mas, por outro lado, também proporciona ao marido um grande “atraso” no recebimento de certos benefícios, que poderão durar dias e mais dias, ou mesmo semanas (e isso os homens sabem muito bem do que estou falando ...).
- Benzinho, amorzinho, queridinha do papai, que tal um carinhosinho bem gostosinho aqui debaixo do ededron?
- ... (ignorando)
- AH É! – o “Ah é” também faz parte dessa família.
O Bobby, meu Filho, têm 15 anos, e além de seu impagável desempenho acadêmico, que está bem acima de todas as nossas expectativas, também, de longa data, é um fervoroso adepto destes novos termos de nossa linguagem moderna.
Sempre que lhe pergunto coisas de seu cotidiano ele costuma respondê-las com o freqüente uso destas figuras, prática esta que já é corriqueira no dia-a-dia das pessoas. Em minha casa quem cozinha sou eu, e, por isso, também tenho a vaidade de procurar sempre averiguar a qualidade de meus pratos.
- Bobby Filho!
- Hãn?
- Gostou da salada de jiló?
- Hun-hun!
- E da de quiabo, que puxei na manteiga?
- Hãn-hãn!
O curioso é que ele gosta de quiabo, mas não gosta de jiló (e, por tabela, nem mesmo de berinjela!).
- Bobby Filho!
- Hãn?
- Berinjela é “g” ou com “j”?
- Ah, pai, você já sabe! – O “Ah”, irmão do “Ah é” também é da família.
- .... (pensando)
- E caldo frio de tomate, cenoura, pepino, cebola, pimentão, cheiro verde, manjericão, batidos no liquidificador com um pouco de água, e temperados com sal, pimenta, azeite, limão ou aceto balsâmico, o que é então?
- Pai, isso não é gaspacho!?
- É! – o “É” é da família dos pais.
- ... (encurralado...por favor ignorem a cacofonia...)
- Ê aí, Bobby Filho, você gosta de gaspacho? (o “Ê aí”, ah, e também este..., deixa pra lá que isso já está me enchendo o s...)
- Hãn-hãn!
- E você gosta mais de gaspacho ou do purê de tomates que seu pai faz?
- Do purê, obviamente!
- Ãhnnnn... – Este “Ãhn” centopéico é sinal de reflexão e não de espanto, pois este Bobby Pai sempre sabe do que Bobby Filho gosta mais de comer, ri-ri-ri...
Moral da história: eu descobri que para tirar o Bobby Filho dessa sua indiferente linguagem moderna, tenho apenas que lhe fazer perguntas interativas e esperar o feed-back, senão eu danço!
É isso aí, moçada, vivendo e aprendendo...
3 Comments:
Hãn?[usado também por mim quando não entendo muito bem o que leio]
rssss[demonstração de riso ao escrever já que falando eu rio assim:rssssss]
Eca![demonstração de não gostar de purê de tomates]
hunrum[uso muito para concordar que vc é um excelente mestre cuca]
putzzzz[tambem bem empregado para dar impressão de espanto, tipo assim: putzzzzz,é você quem cozinha?legal]
Uau![a Sonia que é feliz longe do fogão]
Finalmente você achou o modo de dialogar com Bobby Filho que espertinho prefere falar em dialeto monossilábico,né?
Obrigada pelo carinho Álvaro, suas palavras me envaidecem.
lindo dia
beijosssssssssss
Giló com quiabo? Xô! Xuxú com Berinjela? Blargh! Que comidínha "maneira" é essa a sua, sô?
No mais, use com o pessoal dos "hã" a técnica das perguntas de comprometimento. Tenho certeza que você domina o assunto, não é?
Quanto ao "Ah, é?", só tem uma saída: mete a mão no bolso que não existe outra solução, meu caro amigo, hehehhe.
Abraços.
"Tenho certeza que você domina o assunto, não é?". Com essa pergunta "de comprometimento" induzi vc. à reação, forçando o diálogo. É por aí, Gafanhoto.
:)
Grande abraço e parabéns pela linda família.
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