20060811

"Amo"

Wladimir Wladimirovith Maiakóvski


Comumente é assim: Cada um ao nascer traz a sua dose de amor, mas os empregos, o dinheiro, tudo isso, nos resseca o solo do coração...

Garoto: Fui agraciado com o amor sem limites...

Adolescente: A juventude tem mil ocupações...

Minha universidade: Os historiadores levantam a angustiante questão: era ou não roxa a barba de Barba Roxa? Que me importa, não costumo remexer o pó dessas velharias!... Uma vez instruídos , há os que se propõem a agradar as damas fazendo soar no crânio sua poucas idéias, como pobres moedas numa caixa de pau... Os adultos fazem negócios... Eu encho-me dum leite de versos e, sem poder transbordar, encho-me mais e mais ...

Tu: Entraste, a sério, olhaste, a estatura, o bramido e simplesmente adivinhaste: uma criança! Tomaste, arrancaste-me o coração e foste com ele jogar, como uma menina com a sua bola... Em ti depositei meu amor, tesouro encerrado em caixa de ferro e ando por aí como um Creso contente... As esquadras acodem ao porto. O trem corre para as estações. Eu, mais depressa ainda, vou a ti, atraído, arrebatado, pois que te amo... Assim, eu, em tua direção sempre me inclino, apenas nos separamos, mal acabamos de nos ver...

Dedução: Não acabarão com amor, nem as rusgas, nem a distância. Está provado, pensado, verificado. Aqui levanto solene a minha estrofe de mil dedos e faço o juramento: amo, firme, fiel e verdadeiramente!


Fonte: Antologia Poética de Maikóvski

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Assim falou Zaratrusta. Amém!

:)

Abraços.

8:48 AM  
Anonymous Anonymous said...

Ué?
meus comentários sumiram daqui?
lindo dia
beijossssss

9:42 AM  

Post a Comment

<< Home