20051118

Será que existe alguém mais distraído?

Se é que realmente existe a pessoa mais distraída do mundo, com toda a certeza, eu lhe faço concorrência. “Não sei se sonho./ Se sonho não me lembro./ Mesmo não sonhando,/ ou sonhando e não lembrando,/ vivo muito em devaneio”. Devanear é bom, distrai e relaxa. Devanear é estar envolto em um mar de poesia e inocência, é usufruir a magia de poder viver eternamente no mundo da fantasia, é poder instantaneamente transportar o pensamento lá para cima, nas nuvens, a mil quilômetros de altura, àquele universo fantástico e quimérico, que todos chamam de “mundo da lua”, ou "terra do nunca".
Portanto, considero o devaneio uma distração agradável. Entretanto, ser distraído, paradoxalmente, não é nenhum devaneio. Ser distraído é um péssimo costume. Muitos infelizmente são assim, distraídos, e isso os leva às mais inusitadas e desagradáveis situações. Mesmo eu que já estou acostumado aos devaneios, nem sempre deixo de sofrer pelas conseqüências de agir distraidamente.
Isso dito, já que pleiteio o posto, é preciso matar a cobra e mostrar a cobra e não, como dizem por aí, matar a cobra e mostrar o pau. Dias destes, por desatenção, incorri no erro grave de efetuar uma operação bancária com o cartão de crédito magnético e, em seguida, esquecê-lo na máquina do caixa eletrônico. Felizmente o cartão foi imediatamente devolvido à agência bancária pelo honesto cidadão que o encontrou. Sorte a minha pois somente notei a sua falta, dias depois, quando fui fazer uma nova operação.
Mas a coisa não para por aí, pois, o estrago foi maior no passado, quando, não sei como, sem sequer notar, deixei escapulir- pasmem! - a minha carteira com todos os documentos pessoais, dinheiro e diversos cartões, ao abrir a minha bolsa para pegar o controle remoto do portão eletrônico de minha casa, para entrar com a moto. Graças a Deus ela também foi encontrada e devolvida, mas dessa vez houve grande transtorno burocrático e algum prejuízo financeiro.
De outra feita, ao ir trabalhar pilotando a moto, devido aos sacolejos provocados pelos buracos existentes no calçamento da rua, perdi o relógio de pulso dourado, com pulseira de presilha, que havia ganho de presente de Natal de minha esposa, preciosidade comprada em três prestações e que hoje deve estar a ostentar o pulso de quem o encontrou.

Já quando perdi a “guaiaca” ...

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