A fábula das areias
A presente fábula consta do livro “A sabedoria das areias - Discursos sobre o sufismo”, do mestre iluminado OSHO (Editora Gente, vol. I). Ela foi proferida por ele aos seus discípulos em 21/02/78 no Osho Commune International (em Puna, Índia).
“A fábula das areias: Um regato, vindo de sua fonte nas longínquas montanhas, passando por todos os tipos e espécies de regiões, finalmente alcançou as areias do deserto. Da mesma forma como atravessou todas as outras barreiras, tentou atravessar esta também, mas se deu conta de que ao entrar em contato com a areia, suas águas desapareciam. Estava convencido, contudo, que seu destino era atravessar este deserto, mas não havia como. Uma voz oculta, vinda do próprio deserto, sussurrou: ‘O vento atravessa o deserto, e da mesma maneira o regato poderá fazê-lo’. O regato objetou que estava investindo contra a areia, e tudo que obtinha era ser absorvido; que o vento podia voar e por isso podia atravessar um deserto. ‘Você não pode atravessar abrindo caminho de sua maneira costumeira. Você ou desaparecerá ou se tornará um pântano. Você precisa permitir que o vento o carregue a seu destino’. 'Mas como isso pode acontecer?’, indagou o regato. ‘Permitindo-se ser absorvido pelo vento', respondeu o deserto. Esta idéia não era aceitável para o regato. Afinal de contas, ele jamais fora absorvido antes. Ele não queria perder sua individualidade, e uma vez perdida, como saber se ela poderia um dia ser readquirida? ‘O vento’, disse a areia, ‘executa esta função. Ele ergue a água, carrega-a sobre o deserto e então a deixa cair novamente. Caindo como chuva, a água de novo se torna um rio.’ ‘Mas como posso saber que isso é verdade?’, disse o regato. ‘É assim, e se não acreditar, você não poderá passar de um lamaçal, e mesmo isso poderia levar muitos e muitos anos; e certamente um lamaçal não é o mesmo que um regato.’ ‘Mas não posso permanecer o mesmo que sou hoje?’, retrucou o regato. ‘Em nenhum dos casos você pode permanecer assim’, disse o sussurro. ‘Sua parte essencial é levada para longe e novamente forma um regato. Você se chama pelo que você é hoje porque não conhece qual é sua parte essencial.’ Quando ouviu isso, certos ecos começaram a surgir em seus pensamentos. Vagamente, se lembrou de um estado no qual ele - ou seria uma parte dele? - foi erguido nos braços de um vento. Lembrou-se também - será mesmo? - que esta era a coisa real, mas não necessariamente o óbvio a ser feito. E o regato ergueu seu vapor nos respectivos braços do vento, que gentil e facilmente o transportaram para cima e adiante, deixando-o cair suavemente tão logo eles alcançaram o topo de uma montanha, muitos quilômetros além. E porque teve suas dúvidas, o regato foi capaz de se lembrar e gravar mais fortemente em sua mente os detalhes da experiência. Ele refletiu: ‘Sim, agora descobri a minha verdadeira identidade’. O regato estava aprendendo. Mas as areias sussurraram: ‘Sabemos, pois vemos isto acontecer todos os dias; nós, as areias, nos estendemos da margem do rio até a montanha’. E é por isso que se diz estar escrito nas areias o caminho pelo qual o curso da vida deve continuar sua jornada.”
4 Comments:
Bela metáfora. Didático e excelente este texto sobre a essência do ser.
Abrs.
Muito lindo, tenho que ler com mais calma,volto depois meu querido,
ótimo sábado!!
beijosssssssssssss
Gostei muito da mensagem,Alvaro.
Otima semana
Abraços!
Feliz Páscoa meu querido!!!
lindo dia,
beijossssssssssssss
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