20070612

A minha reflexão para o dia dos namorados...

“Cada um de nós, ao nascer, traz dentro de si a sua cota de amor! Mas o trabalho, o dinheiro, as necessidades, isso tudo, nos resseca o solo do coração.” Assim como, no passado, Maiakóvski cantou estes seus versos no magistral poema “Amo”, a nossa vida cotidiana se caracteriza mais pelo desencanto do que pelo amor, pois sempre temos tantas coisas para fazer, algumas das quais gostamos, mas a sua grande maioria nos é exigida de nós. Tudo o que nos pedem é prioritário, urgente, e merece estar sempre em primeiro lugar, e se não o fazemos, conforme assim nos pedem, logo nos criticam, ficam aborrecidos, e daí nos castigam.
Infelizmente, as ordens naturais das coisas não nos têm como centro. Elas são o resultado de pressões exercidas sobre nós. O que verdadeiramente desejamos não conseguimos realizar nunca. Na vida cotidiana os nossos desejos nos chegam sob forma de fantasia (“que bom seria se....”), mas, antes disso, sempre acontece alguma coisa que nos impede de realizar esse nosso desejo e, assim, exercer a nossa vontade. Nosso companheiro ou companheira tem sempre que fazer outra coisa, ou não sente a mesma vontade e vice-versa, e se respondemos que não, que ele ou ela tenha paciência, ele ou ela se ofende e a nossa vontade se vai, assim como antes já foi a dele ou dela.
Tudo isso é o desencanto, a impressão que existe alguma coisa que desejamos fazer, mas, no final, acabamos absorvidos em fazer outra coisa. Nossa vida se resume nisso. Nunca nos sentimos totalmente compreendidos, nunca temos satisfação profunda, nunca os nossos desejos se combinam perfeitamente com os dos nossos semelhantes.
É um estado passageiro, mas depressivo, que julgamos impossível que continue assim, estúpido e rancoroso. Entretanto, assim, ele permanece por anos afora. São anos tristes, anos de desencanto, sem amor, anos sem história, sem felicidade verdadeira, anos em que apenas vamos vivendo. Quem quiser saber mais sobre isso pode consultar o livro "Enamoramento e Amor", de Francesco Pieroni, renomado sociólogo italiano.
E embora estivesse o meu coração assim todo ressequido, “TU, entraste, a sério, olhaste, advinhaste: UMA CRIANÇA! Tomaste, arrancaste-me o coração e simplesmente foste com ele jogar, como uma menina com a sua bola ” (Maiakóvski).
Reflexão: o verdadeiro amor tem muito a ver com a existência de alguma virtude ou sentimento nobre dentro do coração do outro, pois, do contrário, com canto e sem encanto, haja desencanto...

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6 Comments:

Blogger Ordisi Raluz said...

De fato, desencantos aparecem como que por encanto...

Abrs.,Gafanhoto, aqui do meu canto.

1:35 PM  
Blogger Nena said...

Álvaro, um amigo meu que vai se tornar padre me disse que o casamento deve santificar as duas pessoas numa carne só.
É assim que eu me sinto... desilusões fazem parte da vida, mas não de toda ela. É bom assim: tudo tendendo ao equilíbrio.

beijo grande

(rapaz, vc demora aparecer, mas quando aparece é coisa boa. Gosto mesmo de te ler)

5:32 PM  
Anonymous Anonymous said...

Haja :(
que seu dia tenha sido de alegria meu amigo...
beijosss

7:19 PM  
Blogger Nena said...

Álvaro, adoro seus comentários!!!
:-)

Fantásticos!

beijo e abraço com todas as letras!

2:35 PM  
Blogger Pedro Pan said...

, amores repletos de encantos e desencantos. virtudes... e que os encantos superem os desencantos...
, abraços meus.

8:52 AM  
Anonymous Anonymous said...

Álvaro, meu amigo
o sol aqui tá de lascar de bom e fazendo o dia parecer um arco-íris contagiando todos os seres, eu vou nessa entrando nessa onda e desejando que o seu dia seja de muita cor e alegria.
Bora malhar menino, bora! rss
beijoss

7:54 AM  

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