20060307

Sobre datas e fatos

Quando fazia Pós-Graduação em Educação Matemática aqui na Unesp de Rio Claro (IGCE), tendo como orientador o famoso professor Ubiratan D’Ambrósio (da Unicamp), Wim Neeleman (Winie), o meu amigo holandês, após concluir a defesa de sua tese de mestrado e, antes de retornar a Moçambique, para continuar a lecionar matemática na Universidade de Maputo, me deu de lembrança um livro com a biografia de Eduardo Mondlane, personalidade histórica na emancipação política desse país, com a seguinte dedicatória: “Para o meu amigo Álvaro, sempre curioso...”.
De fato, e para não menosprezar esse “título” que ele me deu, tenho o costume diário de ler a coluna "Datas & Fatos" do Jornal Diário do Rio Claro, que, certo dia, começou assim: Hoje na história... 1796: o médico Edward Jenner testou com sucesso a primeira vacina contra a varíola em um garoto de 8 anos”. Não por acaso – pois nada acontece por acaso – o Jornal da Unesp naquela ocasião também abordou o tema virologia, com uma “janela” cujo texto, para mim, foi interessante e curioso. Seu título é “Flagelo medieval”:
“Responsável por um verdadeiro flagelo humano na Europa do século XIII, a varíola causou a morte de aproximadamente 60 milhões de pessoas. Até mesmo os sobreviventes sofreram enormes seqüelas, como perda da visão, e desfiguração do rosto, com horríveis cicatrizes. Obcecado por descobrir a cura da varíola, o médico inglês Edward Jenner, no século XVIII, revolucionou a medicina, passando a ser considerado o pai da imunologia.
Nascido em Berkeley, ele observou, durante 20 anos, os efeitos de uma doença que acometia freqüentemente o gado bovino da sua região: a cowpox. Semelhante à varíola humana – conhecida na Inglaterra como smallpox -, a doença bovina causava pústulas vesiculares nas mamas das vacas e lesões similares nas mãos das pessoas que as ordenavam. As feridas provocadas pela cowpox desapareciam espontaneamente. Os indivíduos que a contraíam, entretanto, curiosamente ficavam imunes a smallpox.
Em 1796, o médico realizou a experiência derradeira. Inoculou o líquido retirado das vesículas da mão de uma camponesa contaminada pela cowpox na pele do braço de um menino de oito anos, que desenvolveu pústulas no local da escarificação e alguns sintomas gerais da doença. Após seis semanas, inoculou o pus da smallpox na criança. Em pouco tempo, o médico constatou que o menino não havia contraído a doença. Estava descoberta a vacina antivariólica.
A palavra vacina, por sua vez, surgiu justamente da experiência realizada por Jenner, ou seja, a utilização da cowpox para a prevenção da smallpox. O adjetivo latino vaccina, que significa “de vaca” em português, foi substantivado e adaptado a vários outros idiomas, como o inglês, vaccine; o francês, vaccin; o alemão, vakzine; o espanhol, vacunba; e o italiano, vaccino.”
Todos sabem que “curiosidade mata”. Assim diz o ditado popular. Mas, quanto a isso, acredito que, desse mal, já estou “vacinado” e valeu aqui a lembrança desse meu amigo holandês, que, no momento, não sei dizer por onde andará, uma vez que sua kilometragem de estrada supera, em muito, a da famosa "Coluna Prestes"!

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

MU-ito boa explicação, Álvaro.

11:17 AM  
Anonymous Anonymous said...

Álvaro meu querido,
que interessante,adorei ler sobre isso,graças à seu amigo[pena o perdeu de vista]pude saber mais.
linda noite,
beijosssssssssssss

3:37 PM  

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