Sobre a constituição do homem
Em seu livro Macrobiótica Zen - A Filosofia da Medicina oriental, George Osawa nos ensina que a constituição e concepção do Universo também se manifesta por meio da constituição e concepção do homem (macrocosmo/microcosmo) e essa sua teoria pode ser expressa da seguinte forma: 1- O homem possui liberdade infinita; 2- O homem conhece a justiça absoluta; 3- O homem genuíno identifica-se com o amor eterno (que, por sua vez, também é fruto da liberdade e da justiça infinita!).
Portanto, ser ou não ser livre depende única e exclusivamente da vontade humana, que, por sua vez, também é fruto de seu próprio discernimento interior (livre-arbítreo), pois o homem tem a capacidade de conhecer a justiça absoluta, que é, para ele, uma necessidade absoluta. Osawa diz que o "homem atrasado" é como um animal desejoso de distribuir felicidade aos seus semelhantes, mas que, entretanto, ainda não é capaz de compreender que o seu discernimento está velado, porque, ele próprio não é livre, nem feliz e nem mesmo equilibrado.
Para ele, o número de amigos íntimos e fiéis é o sinal de nossa liberdade, felicidade e retidão. Aquele que pode amar a todos que encontra, que pode estabelecer justiça onde se encontra e pode sempre ser amado por aqueles que o conhecem é realmente um homem livre, feliz e honesto.
Osawa enfatiza que a moderna democracia de John Locke é bela para olhar, mas, no fundo, é apenas uma realidade egoista, sentimental e derrotista. Ela é negativa e não tem confiança no homem, pois defende-se por meio de "Leis", é temerosa e o seu medo é símbolo de uma completa ignorância da constituição e concepção do Universo, como ora conhecemos.
Assim, o homem pode ser igual ou até mesmo inferior ao animal, mas tem dentro de si a "centelha" e a potencialidade de ser realmente humano e até mesmo divino. A paz mundial para toda a humanidade somente pode ser estabelecida na concepção da vida humana dentro deste princípio e de nenhuma outra maneira. A moral, as tradições culturais e as religiões falharam completamente, pois foram incapazes de evitar tanto a guerra como a própria corrupção do homem.
Osawa afirma que reorganizar a sociedade não é de todo inútil, mas isso só tem a aparência de liberdade. O homem infinitamente livre, eternamente feliz e absolutamente honesto não pode ser criado por uma instituição social. A sua liberdade pode ser obtida em certos casos, mas será uma liberdade aparente. A liberdade infinita ama o impossível e as dificuldades de toda espécie e, segundo ele, para o bem da humanidade, devemos, cada um de nós, fazer todo o possível para alcançar a realização da vida e do ser, pois, somente assim, compreenderemos que dentro de nós está a VERDADE, que é o reflexo da "dialética constituição do Universo".
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