20070115

Verão, chuva & lembranças...

É verão e a chuva vem forte! Logo depois, coletada, ela corre solta como enxurrada. Simples- como tudo o é na natureza - ela segue em frente pela sarjeta da calçada. Quando chove forte, assim é, não é diferente. E se estou a toa, a hora é boa para soltar barquinhos de papel. Por que não aproveitá-la? E se não há papel de folha de caderno- nem mesmo os do tempo de escola? -, não faz mal, posso usar jornal.
E se soubesse escrever versos, nessa hora escreveria algo mais ou menos assim: Lágrimas da noite, gotas orvalhadas do Luar, como as lágrimas da chuva a nos encantar. Se estivesse um dia a contemplá-las, debruçado ao batente de uma janela de madeira, gostaria que fosse num Chalé, em um “Vale de Rosas”. Seria em uma noite chuvosa, como estas de agora que sempre ocorrem no verão!0 E se tivesse à mão uma taça de bebida (me sentiria muito bem se fosse um vinho frisante, ou mesmo uma champagne demi-sec), sorveria-a, deliciosamente, esperando as horas passarem. E se do canto do quarto me viesse uma melodia branda que inundasse quase silenciosamente o ambiente à sua volta (eu estaria em êxtase, se essa música fosse a “Sonata ao Luar”, de Beethowen). Misturaria esse doce momento de magia com o encanto dessas lágrimas vislumbradas ao Luar. Seria um momento de poesia realmente inesquecível. E se às minhas costas, repousando na cama de casal, estivesse virginal donzela, me sentiria ainda mais feliz. E quando estivesse inundado desse magistral encanto, me viraria e iria até ela e abraçaria o seu lindo e meigo corpo desnudado. Afagaria seus negros cabelos cacheados e, aos seus ouvidos, murmuraria doces versos de amor. E quando ela acordasse com esse meu canto, nossos ardentes e sedentos corpos se juntariam e se fundiriam em um só. Seria um inesquecível momento de amor. Lágrimas da noite, como as lágrimas das alegrias passadas das nossas vidas, que os tempos levam e não trazem mais.
Vem a chuva e corre a enxurrada, pela sarjeta da calçada. Ainda há tempo, tempo para soltar barquinhos de papel e pegar frieira no pé!

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Puxa Álvaro!
Que lindo tudo isso que escreveria se fosse poeta,lindo...
Eu sorveria um tinto seco gelado vendo o barquinho ir pra longe levando recado para o meu amor e ouviria com prazer O Rio cantado pela Marisa Monte "ouça o barulho do rio,meu filho..." e assim ficaria até acordar com seu beijo doce soprando brisa fresca no meu ouvido...
Vai tirar férias é? hum, aproveita e faça muitos barcos de papel e abuse dos cachos morenos do seu amor, isso vale a pena né não?
Perguntarei ao mestre pq os beija-flores dispensam o ninho caído e lhe direi dos kilos acrescidos na sua barigamelancia, se cuida rapaz, não abuse,tá? rsss
Recorra aos e-mails com fartura estou aqui para ler e responder,mas divirta-se nos 15 dias de relaxamento.
Estou voando querido, não se preocupe,mas ainda não achei a tal liberdade...
lindo dia,
beijossssssssssss

10:56 AM  

Post a Comment

<< Home